A QUESTÃO DE GÊNERO NA PERSPECTIVA DA SOCIEDADE NORMALIZADA E A ATITUDE CÍNICA

  • Stela Maris da Silva

Resumo

Foucault pergunta sobre a nossa atualidade: “O que é que é a nossa atualidade? Qual é o campo atual de experiências possíveis? Não se trata, portanto, de uma analítica da verdade, mas sim do que poderíamos chamar de uma ontologia do presente, uma ontologia de nós mesmos [...]”?[1] As respostas a essas questões devem levar em conta a noção do atual, um atual que se configura no que é possível, no que desatualiza o presente, e ao mesmo tempo faz a crítica do presente, interrogando-a sobre própria atualidade, em uma atitude-limite. Foucault afirma que realizar o trabalho no limite de nós mesmos, por um lado, deve abrir um campo de investigações históricas, e por outro, colocar à prova da atualidade a realidade “para selecionar os pontos onde a mudança é possível e desejável, a fim de determinar a forma precisa para esta mudança”[2].

 

[1] FOUCAULT, M. Qu’est que le Lumières ?  In: Dits et écrits, II, p. 1506.

[2] Cf.  FOUCAULT, M. Qu’est-ce que les Lumières ?« What is enligthenment? In: RABINOW, P. (éd.). The Foucault reader. New York: Pantheon Books, 1984. p. 32-50. In: Dits et écrits, II, p. 1393.

Biografia do Autor

Stela Maris da Silva

professora da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), mestre em Psicologia da Educação, Doutora em Filosofia. Atuou na área técnico pedagógica da Secretaria de Estado da Educação do Paraná e em Núcleos Regionais de educação na Implantação da Filosofia da Sociologia no Ensino Médio. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura (CONSEC-PR) participando da Comissão que elaborou o Plano Estadual de Cultura. Tem vários artigos publicados nas áreas de interesse.

Publicado
2023-12-11