Mulheres, legitimando a importância
Resumo
Fui convidada para redigir este texto de abertura da seção sobre Gênero desta publicação. Escrevo enquanto mulher e biógrafa de figuras femininas da realeza do século XIX, o que pode parecer um tema distante, elitista e supérfluo à primeira vista. Mas foi ao apresentar minhas personagens, a segunda imperatriz do Brasil, d. Amélia de Leuchtenberg (1812-1873), e a rainha de Portugal, d. Maria II (1819-1853), nascida princesa no Brasil, que me deparei pela primeira vez com a dificuldade que é falar sobre mulheres sem recorrer ao enquadramento dos homens a quem elas estiveram subordinadas. A referência passa sempre por alguém ter sido filha, mãe ou esposa de um personagem masculino. Como se fosse necessário o aval de um homem para legitimar a importância da mulher.