RESULTADO DAS ANÁLISES DE VIOLÊNCIA SEXUAL DO PARANÁ EM 2011

  • Paola Cardoso da SILVA
  • Kamelyn Caroline CASAGRANDE
  • Thiago Yuiti Castilho MASSUDA
Palavras-chave: espermatozoides, PSA, confirmação do caso, interferentes, tempo de coleta, análise dos resultados

Resumo

As análises laboratoriais em casos de suspeita de violência sexual são realizadas no IML/PR por duas técnicas distintas: microscopia para a pesquisa de células (espermatozoides) e ELFA que combina o método ELISA com uma leitura final em fluorescência para a pesquisa de PSA – antígeno prostático específico - glicoproteína produzida e secretada pela próstata. Com um dos métodos apresentando um resultado positivo, tem-se a confirmação do caso, onde constam como resultados na microscopia a visualização de espermatozoides e para o PSA valores acima de 3,99 ng/mL. O fato de ser positivo em uma metodologia e negativo em outra é devido a alguns interferentes, tais como: a vítima ter tomado banho ou realizado trocas de roupas, o agressor ser vasectomizado ou azoospermático não tornando possível a visualização de espermatozoides, fatores que favorecem a degradação do PSA como a presença de detergentes nas amostras encaminhadas e o tempo decorrido entre a agressão e a chegada do material ao laboratório. É recomendado que a vítima realize a coleta do material em até 24 horas após a data de ocorrência, pois se observa a partir dos dados analisados que coletas realizadas em até 24 horas, 32,26% dos resultados foram positivos em pelo menos uma das técnicas, enquanto que no intervalo de tempo superior os resultados positivos passam à 13,26%. O material de maior chance de positividade independentemente do tempo decorrido, são as peças de roupas, desde que bem conservadas. Dos 76 swabs vulvares analisados, 62 (81,58%) apresentaram resultados negativos para ambas as técnicas e 14 (18,42%) foram positivas em pelo menos um dos métodos. Dos 475 swabs anais analisados, 406 (85,47%) apresentaram resultados negativos para as duas técnicas e 69 (14,53%) positividade em pelo menos um dos métodos. Dos 778 swabs vaginais avaliados, 569 (73,14%) apresentaram resultados negativos para os dois métodos e 209 (26,86%) positivo em pelo menos uma das metodologias. Sendo possível observar que as maiorias dos materiais são provenientes de swabs vaginais (46,95% das amostras) e com menor frequência os swabs vulvar (4,59% das amostras) o que pode ser explicado pela grande quantidade de vítimas que fazem higiene antecedente a coleta. Cabe ressaltar que estes dados foram colhidos de casos de suspeita de violência sexual notificados no ano de 2011.
Publicado
2016-04-13