ESTADO EMOCIONAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR

  • JHENEFER AQUINO TIAGO UNIBRASIL
  • LIANA ALVES DE OLIVEIRA
Palavras-chave: Estresse; alimentação; comportamento alimentar; estado emocional.

Resumo

O estresse é uma resposta inata do organismo que ocorre em situações de perigo ou ameaça. Tal situação coloca o indivíduo em um estado de alerta e provoca alterações físicas e emocionais ao liberar uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas. O estresse no trabalho pode causar disfunções físicas, psicológicas e até sociais que prejudicam nossa saúde, e podem afetar até nossas famílias e círculos sociais. O presente estudo tem por objetivo avaliar o nível de estresse e a sua relação com o comportamento alimentar e o estado nutricional dos colaboradores de um callcenter em Curitiba. A amostra foi baseada em colaboradores com idade igual ou superior a 18 anos. Para a análise do nível de estresse, foi utilizado “Escala de Estresse Percebido – PSS”, que permite mensurar o quanto as pessoas perceberam o estresse nos últimos 30 dias, indicando a frequência desse sentimento. Para a avaliação do comportamento alimentar foi utilizado o questionário Three Factor Eating Questionnaire-21, composto por 21 questões que avaliam três padrões alimentares: restrição cognitiva (RC), alimentação emocional (AE) e descontrole alimentar (DA). Em relação à RC, foram identificados 60 participantes (42%) com escore alto (>38,89). Cerca de 34% dos participantes demonstraram possuir características de DA (escore>48,15) e 38% de AE, indicativo de comportamentos compulsivos em relação ao consumo alimentar frente às emoções vivenciadas. Do grupo identificado com o maior nível de estresse, 22% (n=10) apresentam algum nível de obesidade, outros 22% (n=10) apresentam sobrepeso e 7% (n=3) algum nível de magreza. Em relação ao grupo de menor estresse, nota-se uma diminuição significativa no consumo diário de frutas pelo grupo com maior estresse, com uma redução de 14%. Referente à ingestão de legumes e verduras, verificou-se também neste grupo uma diminuição na proporção de indivíduos que relataram consumir 1 ou mais de 2 vezes ao dia. O consumo de industrializados não teve diferença significativa entre os grupos com maior e menor estresse, diferente do consumo de fast-food, que contou com 21% de pessoas no grupo de menor estresse consumindo pelo menos uma vez na semana, enquanto que no grupo de maior estresse este valor de 47%. Foi notória a diferença no consumo alimentar destes dois grupos de níveis de estresse, principalmente em relação à frequência na ingestão de frutas, verduras e legumes diariamente. Além disso, observou-se que industrializados são muito consumidos por ambos os grupos, o que contribui fortemente na ingestão inadequada de nutrientes, levando à maior incidência de sobrepeso e obesidade na amostra.

Referências

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Publicado
2021-11-19
Seção
Nutrição

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