A FOGUEIRA DAS FAKE NEWS

BRUXARIA, FOFOCA E INQUISIÇÃO

Palavras-chave: fake news, bruxaria, inquisição

Resumo

A experiência humana não conhece limites. Viver é o ato de encarar o insondável e os mistérios que circundam a existência como um todo. Dentre tantas outras experiências que emergem do existir humano, a sobrenatural é constante em praticamente toda cultura conhecida, seja ela ainda existente ou desaparecida. As acusações de bruxaria durante os períodos das inquisições medieval e moderna deixam entrever uma característica interessante, presente em muitos casos dos processos realizados por inquisidores e pelo tribunal do Santo Ofício: a fofoca.  Fenômeno que, longe de ser isolado, a fofoca ainda hoje vigora na sociedade. Capaz de produzir estragos irreparáveis, ela pode incitar a revolta do imaginário popular, desencadeando consequências de variáveis proporções. Em 2014, no Guarujá, litoral de São Paulo, por exemplo, uma mulher teve sua foto divulgada em uma rede social e foi acusada de sequestrar crianças para rituais de bruxaria. Sem desconfiar de nada, ela foi cercada por uma pequena multidão de pessoas, amarrada e espancada até a morte. Um caso emblemático, que foi um dos responsáveis por iniciar os debates sobre os perigos das fake news no Brasil. O presente estudo tem como objetivo avaliar as transformações daquelas fofocas feitas no período das inquisições, chegando até os dias atuais, junto com seus impactos. Para ele, foram utilizadas fontes históricas e estudos produzidos por pesquisadores do tema, que foram colocados em devida perspectiva. O método utilizado para este estudo foi o método dedutivo, utilizando pesquisas doutrinárias e jornalísticas. Como resultado deste tipo de análise, obtém-se uma noção de que o fenômeno da fofoca e suas consequências no período das inquisições pode ser reavaliada sob a luz de acontecimentos mais atuais.

Biografia do Autor

Joyce Finato Pires, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do Centro Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil

Mestranda em Direitos Fundamentais e Democracia (Linha de Pesquisa Constituição e Condições Materiais da Democracia) pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu do Centro Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil. Bolsista do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP) da CAPES. Membro do Núcleo de Pesquisa em Direito Constitucional – NUPECONST do PPGD do Centro Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil. Membro do Núcleo de Pesquisa em Direito Civil-Constitucional da UFPR (Grupo Virada de Copérnico).

Jocevaldo Rodrigues Macêdo, Universidade Cidade de São Paulo - UNICID

Graduando em filosofia na Universidade Cidade de São Paulo - UNICID. Escritor, jornalista e editor (assina como Jocê Rodrigues). Foi um dos coordenadores do Encontros de Leitura, do ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade) em parceria com a EMERJ (Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro). Consultor em casos de perícia e avaliação de obras de arte

Publicado
2022-11-21