A FOGUEIRA DAS FAKE NEWS
BRUXARIA, FOFOCA E INQUISIÇÃO
Resumo
A experiência humana não conhece limites. Viver é o ato de encarar o insondável e os mistérios que circundam a existência como um todo. Dentre tantas outras experiências que emergem do existir humano, a sobrenatural é constante em praticamente toda cultura conhecida, seja ela ainda existente ou desaparecida. As acusações de bruxaria durante os períodos das inquisições medieval e moderna deixam entrever uma característica interessante, presente em muitos casos dos processos realizados por inquisidores e pelo tribunal do Santo Ofício: a fofoca. Fenômeno que, longe de ser isolado, a fofoca ainda hoje vigora na sociedade. Capaz de produzir estragos irreparáveis, ela pode incitar a revolta do imaginário popular, desencadeando consequências de variáveis proporções. Em 2014, no Guarujá, litoral de São Paulo, por exemplo, uma mulher teve sua foto divulgada em uma rede social e foi acusada de sequestrar crianças para rituais de bruxaria. Sem desconfiar de nada, ela foi cercada por uma pequena multidão de pessoas, amarrada e espancada até a morte. Um caso emblemático, que foi um dos responsáveis por iniciar os debates sobre os perigos das fake news no Brasil. O presente estudo tem como objetivo avaliar as transformações daquelas fofocas feitas no período das inquisições, chegando até os dias atuais, junto com seus impactos. Para ele, foram utilizadas fontes históricas e estudos produzidos por pesquisadores do tema, que foram colocados em devida perspectiva. O método utilizado para este estudo foi o método dedutivo, utilizando pesquisas doutrinárias e jornalísticas. Como resultado deste tipo de análise, obtém-se uma noção de que o fenômeno da fofoca e suas consequências no período das inquisições pode ser reavaliada sob a luz de acontecimentos mais atuais.
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