A CATEGORIA CUIDADO NA PERSPECTIVA DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: A COMPREENSÃO FEMININA DO CUIDAR

  • Cleci Elisa ALBIERO
  • Vanessa SANTA CLARA
  • Maria LIMA
  • Rosangela Lidia GEQUELIN
Palavras-chave: Cuidado, família, divisão sexual do trabalho, trabalho domestico

Resumo

O cuidar faz parte da vida cotidiana das pessoas e principalmente das mulheres desde a mais tenra idade. Desde criança a mulher é ensinada pelas brincadeiras infantis a cuidar, seja das bonecas que às denomina como “filhinhas” ou no cuidado com os irmãos mais novos, enquanto os pais trabalham. Entretanto, quando atinge a fase adulta a brincadeira se torna praticamente uma obrigação para grande parte destas mulheres, seja no cuidado dos seus próprios filhos, dos seus pais idosos e dependentes ou outros membros da família que os necessite. Neste contexto, não é raro encontrar a jornada dupla ou tripla do trabalho feminino, conciliando o trabalho doméstico, o trabalho assalariado e do cuidado a familiares.  A presente discussão tem por objeto de investigação a categoria cuidado na perspectiva da divisão sexual do trabalho e como objetivos: Analisar a categoria cuidado no contexto da divisão sexual do trabalho; Debater a  compreensão feminina do cuidar no âmbito da família; Discutir a categoria gênero no contexto do cuidado. A perspectiva metodológica que dará suporte a esta pesquisa, será o método dialético, que nos remete ao processo de investigação e de análise realizado em bibliografias e produções já existentes. Nesta perspectiva, o trabalho dividi-se em três partes, inicialmente problematiza-se a família como unidade de reprodução do trabalho remunerado e não remunerado entre os diferentes arranjos familiares e do “trabalho doméstico”, das atividades de cuidado com a família e destacadamente aos filhos dependentes, idosos e pessoas com deficiência. Na segunda parte, pretende-se discutir o cuidado na perspectiva de gênero e como a sociedade contemporânea vem olhando para esta questão. Ainda é comum encontrar mulheres que se submetem ao trabalho do “cuidar” da família como se fosse uma obrigação estritamente feminina e que a figura masculina não pode se ocupar desse tipo de tarefa o que gera estranheza em pleno século XXI, principalmente aos mais jovens. Finalmente a proposta de ampliação do debate e a necessidade de discutir o conceito de cuidado na perspectiva da divisão sexual do trabalho, tratado por Hirata, como “a forma de divisão do trabalho social decorrente das relações sociais entre os sexos: mais do que isso, é um fator prioritário para a sobrevivência da relação social entre os sexos” (HIRATA, 2007, p. 599). Conclui-se desta forma que muito ainda precisa-se avançar nos debates em relação ao cuidado, bem como elaborar novas pesquisas e ampliar os espaços de discussão e proposições de políticas.
Publicado
2016-06-08

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