INVISIBILIDADE DAS PESSOAS NEGRAS FRENTE AO SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

Palavras-chave: Desigualdade, Racismo estrutural, Tributação regressiva

Resumo

A presente pesquisa tem por objetivo analisar a invisibilidade das pessoas negras no sistema tributário brasileiro e como esse fato contribui para manutenção da desigualdade racial no Brasil. Para isso traçamos um paralelo entre a desigualdade e a questão racial, passando pelo racismo estrutural, uma vez que a organização da sociedade está estruturada de modo a criar e manter o privilégio dos brancos ao mesmo tempo que onera os negros. A forma como o sistema tributário nacional se estrutura, com a tributação alicerçada no consumo, cria um modelo regressivo que contribui para o empobrecimento da população negra que acaba por suportar uma carga tributária maior. Os dados sobre a desigualdade no Brasil são preocupantes e alarmantes, em especial em relação a questão racial, uma vez que em razão de fatores históricos, a população negra tem sido mais atingida. A discriminação e o preconceito têm estado presentes na realidade nacional ao longo de décadas, fruto de uma história colonial-escravagistas que excluiu e segregou os negros das mais diversas formas, inclusive com a invisibilidade de sua cultura. As questões que permeiam o racismo fazem parte da estrutura social que, por meio de suas instituições, perpetra e mantém o racismo de modo tão eficiente que as próprias vítimas, por vezes, não reconhecem a sua existência. A redistribuição de renda poderia ser um caminho para superação da desigualdade econômica e racial. Contudo, as opções feitas pelo sistema tributário brasileiro, vão, por vezes, na contramão dos preceitos constitucionais e acabam por onerar excessivamente os mais pobres e privilegiar os mais ricos. Esse fenômeno atinge as pessoas negras de forma ainda mais intensa, uma vez que já sofrem inúmero entraves em diversos âmbitos da sociedade e ainda suportam uma alta carga tributária em razão dos tributos embutidos nos preços dos serviços e bens de consumo.

Biografia do Autor

Gabriela Ganho, Unibrasil

Mestranda pelo programa de Pós Graduação em Direitos Fundamentais e Democracia pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil. Bolsista CAPES/PROSUP. Pesquisadora vinculada ao Núcleo de Pesquisa em Direito Constitucional – Nupeconst (CNPq). Especialista em Direito Civil e Empresarial pela PUCPR. Advogada. E-mail: [email protected]

Bruna Isabelle Simioni Silva , UniBrasil

Doutoranda e Mestra em Direitos Fundamentais e Democracia pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil - UNIBRASIL (Bolsista PROSUP/CAPES); graduada em Direito - Faculdades Integradas do Brasil - UNIBRASIL; Professora no Centro Universitário Internacional - UNINTER; responsável pelo Grupo de Estudos: Direitos da Mulher do Centro Universitário Internacional – UNINTER. Advogada. E-mail: [email protected]

Lucas Raphael de Souza Mano, UniBrasil

Mestrando do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direitos Fundamentais e Democracia pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil - UniBrasil. Bolsista do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), da CAPES. Especialista em Direito Imobiliário. Graduado em Direito pelas Faculdades Integradas do Brasil. 

Publicado
2022-11-21

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