ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS DO MELANOMA ORAL CANINO

Resumo

O melanoma oral canino é definido como um câncer agressivo da cavidade oral de origem melanocítica derivada do folheto neuroectodérmico, que representa em média 11,5 a 17,1% de todas as neoplasias orais e, é considerado o tumor oral mais prevalente em cães. Esse neoplasma maligno é caracterizada pela sua grande capacidade de destruição tecidual local, bem como, uma acentuada propensão para de metástase com prognóstico reservado. Não apresenta predisposição sexual para a ocorrência da neoplasia, porém, animais da raça Golden Retriever, apresentam maior incidência de acometimento. Acredita-se que os fatores de riscos estão relacionados as formas de desenvolvimento neoplásico, entre elas a hiperpigmentação, sexo e idade. A evidência de infiltrados linfocíticos em tumores primários e, até mesmo em metástase e o reconhecimento por linfócitos T, são provas de que o melanoma pode responder positivamente a imunoterapia, aumentando a sobrevida do paciente ou no tempo de remissão do tumor, causando efeito antitumoral específico e com poucos efeitos colaterais. Desse modo, objetivou-se relatar o caso de um canino, fêmea de 13 anos e 9 meses, da raça Labrador atendida no Hospital Veterinário Animal Clinic que manifestou sangramento associado ao crescimento de uma massa em região de maxila, com evolução de 6 meses. Durante a consulta oncológica, foi constatado a presença de uma massa em cavidade oral em região de dentes incisivos superiores, firme e pigmentada medindo aproximadamente 3,8 centímetros em sua maior dimensão. Posteriormente, foi solicitado exames complementares de citologia e sanguíneo (hematológico e bioquímico). O resultado do exame citológico sugeriu o diagnóstico de melanoma oral e o exame sanguíneo revelou alteração em enzimas hepáticas (Fosfatase Alcalina e Alanina Aminotransferase). Após os resultados, o paciente foi submetido ao procedimento cirúrgico da maxilectomia rostral com objetivo de diagnóstico confirmatório da neoplasia, que ocorreu sem intercorrências. No exame histopatológico foi avaliado um segmento da maxila com massa irregular, enegrecida em região de dentes incisivos medindo aproximadamente 2,5 x 4,0 x 1,5cm, firme e entremeada por áreas esbranquiçadas ao corte, e após a análise macroscópica foi fixado em formol 10%. Durante a avaliação microscópica, evidenciou-se células poligonais a fusiformes com acentuada anisocitose a anisocariose, organizadas em curtos feixes entrelaçados em um estroma fibrovascular. As células neoplásicas apresentaram citoplasma eosinofílico, amplo, contendo material granular acastanhado (melanina) e bordos variavelmente distintos. O epitélio adjacente, apresentou leve hiperplasia irregular, e ao longo da neoplasia foi observado uma discreta hemorragia multifocal e vasos sanguíneos de pequeno e médio calibre expandidos por um moderado número de eritrócitos (congestão). As alterações evidenciadas na microscopia histológica confirmaram a suspeita citológica de melanoma oral.

Palavras-chave: Neoplasia; Melanoma; Histopatológico; Maxilecotmia.