CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM DÍGITO EM CÃO SEM RAÇA DEFINIDA: RELATO DE CASO

  • Guilherme de Brito Leite Centro Universitário Autônomo do Brasil https://orcid.org/0000-0002-8123-257X
  • Caio Henrique de Oliveira Carniatto Centro Universitário Autônomo do Brasil https://orcid.org/0000-0001-9900-1705
  • Ana Flávia Oliveira Santos Centro Universitário Autônomo do Brasil
  • Maiara Carla Zanini Ribeiro Centro Universitário Autônomo do Brasil
  • Jaqueline Majewski Centro Universitário Autônomo do Brasil
  • Renan Bonrruque Groxco de Lima
Palavras-chave: Clínica médica de pequenos animais, Carcinoma de Células Escamosas, células tumorais, oncologia

Resumo

A pele, o maior órgão do corpo, representa o sítio mais frequente de ocorrência neoplásica. De fato, uma gama variada de neoplasias pode afetar a pele, uma vez que essa estrutura é composta por uma diversidade de tipos celulares suscetíveis à transformação maligna. Além disso, a pele está constantemente exposta a fatores ambientais, o que, juntamente com uma alta taxa de divisão mitótica e renovação celular, contribui para a suscetibilidade neoplásica. Entre os tumores cutâneos mais prevalentes estão o Carcinoma de Células Escamosas (CCE), o Mastocitoma Canino (MTC) e o Hemangiossarcoma (HSA). O CCE é uma neoplasia maligna que exibe um conjunto de manifestações clínicas. Em áreas de clima tropical, essa condição se destaca como uma das neoplasias cutâneas mais prevalentes em cães. O CCE tem sua origem nos queratinócitos do epitélio cutâneo, caracterizando-se por uma alta tendência à invasão local. Sua formação ocorre preferencialmente em áreas glabras da pele, bem como em regiões de pigmentação leve ou com despigmentação. O desenvolvimento dessa neoplasia é influenciado por múltiplos fatores, incluindo predisposição genética, exposição a elementos físicos e químicos, assim como a radiação ultravioleta (UV) e a infecção pelo vírus do papiloma (PV). Sob um ponto de vista clínico, o CCE pode se manifestar por meio de lesões únicas ou múltiplas, com tamanhos diversos. Tais lesões podem apresentar características como papilas, escamas ou formações semelhantes a massas fúngicas, além de alopecia, ulceração, crostas, eritema e hemorragia. O diagnóstico dessa neoplasia, pode ser conduzido por meio de um exame citopatológico, o qual proporciona resultados rápidos, no entanto, para obter um diagnóstico definitivo, o exame histopatológico é essencial. A abordagem primária para o tratamento do CCE é a remoção cirúrgica, podendo ser acompanhada ou não de quimioterapia, particularmente em casos metastáticos. O prognóstico do CCE está relacionado à localização e ao estágio clínico do diagnóstico, sendo mais favorável quando detectado precocemente e tratado com remoção cirúrgica completa. Este estudo visa relatar um caso de CCE em um cão sem raça definida, fêmea, 8 anos, apresentando claudicação no dígito com crescimento de massa medindo 1,7 x 1,5 x 0,7 cm. Os exames radiográficos do membro indicaram infiltração em tecidos adjacentes, sugerindo neoplasia óssea primária. O hemograma apresentou apenas leucocitose por neutrofilia. O paciente passou por amputação do dígito após avaliação cirúrgica. A análise histopatológica da lesão revelou uma proliferação neoplásica infiltrativa de células epiteliais escamosas queratinizadas organizadas em cordões e blocos entremeados por estroma fibrovascular. Notou-se ainda desmoplasia moderada, e depósitos de queratina cercados por células neoplásicas. As características histológicas foram compatíveis com um processo neoplásico com origem em queratinócitos da epiderme, com comportamento biológico maligno.

Publicado
2023-10-31
Seção
Medicina Veterinária

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