EXCLUSÃO, SECURITIZAÇÃO, CRIMIGRAÇÃO

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar alguns elementos estruturais no processo que pressupõe o migrante como irregular, criminoso e principalmente como uma ameaça ao Estado em suas esferas social, cultural, política e econômica. Neste delineamento como objetivo específico do estudo pretende-se verificar os elementos que compõem imaginário social que fundamenta os discursos de ódio contra os migrantes. Assim, justifica-se pela importância de desmistificar a imagem do migrante como sendo um indivíduo antissocial, uma ameaça, que deve ser repelido da sociedade que adentra. Para o desenvolvimento deste trabalho opta-se pela metodologia exploratória, bibliográfica com análise qualitativa. A hipótese explorada é que os conceitos de exclusão, a securitização e a criminalização dos migrantes são concepções estruturais para o repúdio da pessoa que advém de outro País, em situação de migrante refugiado. O trabalho identificou que após a Segunda Guerra Mundial, a sociedade mundial, foi marcada vários períodos de êxodo migratório. Verifica-se que no ano de 2015, conforme a Organização Internacional das Migrações (OIM), mais de 1 milhão e 6 mil pessoas migraram para a Europa. No Brasil, o fluxo migratório advindo da Venezuela cresceu maciçamente, principalmente entre 2015 e 2015, sendo eu mais de 265, 5 mil de migrantes e refugiados venezuelanos vivem em território brasileiro. Simultaneamente, com o êxodo migratório derivado de situações de afronta ou ameaça aos direitos humanos, o mundo testemunhou o atentado de 11 de setembro de 2001, no Estados Unidos, no qual aviões comerciais sequestrados por terroristas se chocaram em duas torres gêmeas do World Trade Center (WTC), outro avião se chocou com o Pentágono (sede do Departamento dos EUA) e o quarto avião em uma área desabitada. Esses acontecimentos que fez mudar a percepção que as pessoas tinham dos migrantes. Esse acontecimento aterrorizou o mundo, gerando uma reformulação estatal no que se refere ao acolhimento dos migrantes, por parte dos Estados Soberanos, visando dificultar a entrada dos migrantes, com o fechamento de fronteiras. Para fundamentar e fomentar os movimentos políticos, verifica-se alguns conceitos como a exclusão, securitização e crimigração, para reforçar a ideia de barreiras econômicas, culturais e sociais contra o fluxo migratório. A ideia de exclusão, na qual estabelece que grupos sociais fiquem a margem da sociedade ocorre pela fecundação efetiva das ideias morais e políticas, que passam a ser consideradas verdadeiras pela sociedade, na qual os indivíduos que migram são resíduos da sociedade, que devem ser desaparecer.