AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR EM PACIENTES HEMODIALITICOS

Resumo

Introdução: A hemodiálise é um procedimento destinado a pacientes que possuem Doença Renal Crônica, que libera do corpo resíduos prejudiciais à saúde. Apesar de seus benefícios, o procedimento traz prejuízos a vários sistemas do organismo, dentre eles, o sistema musculoesquelético e o sistema respiratório, causando impactos na função e na mecânica respiratória, que podem resultar em déficit ventilatório e diminuição da capacidade pulmonar, podendo trazer alterações para o perfil respiratório do paciente. Justificativa: Distúrbios cardiorrespiratórios e musculoesqueléticos são comuns em pacientes submetidos à hemodiálise e são frequentemente acompanhados por baixa tolerância a exercícios. O déficit ventilatório decorrente do comprometimento na musculatura respiratória, associado a outros comprometimentos teciduais pulmonares, compromete a função do sistema respiratório, contribuindo para a diminuição da capacidade pulmonar. Objetivo: Avaliar a função pulmonar em pacientes dialíticos. Metodologia: A pesquisa foi realizada em pacientes submetidos ao tratamento de hemodiálise, no setor de nefrologia em um hospital da região metropolitana de Curitiba, durante uma única avaliação. Foi utilizada como ferramenta de avaliação o Espirômetro. Foram incluídos no estudo pacientes com IRC em tratamento hemodialítico, de ambos os gêneros, com faixa etária entre 18 e 100 anos, lúcidos e orientados. Foram excluídos indivíduos com doenças crônicas descompensadas, cardiopatias e/ou edema pulmonar. Resultados: Foram avaliados 27 pacientes, 74,07% do sexo masculino, com média de idade de 58,0±16,34 anos. 70,3% dos pacientes apresentavam como comorbidade a hipertensão arterial sistêmica e 85,2% eram sedentários. Em todos os domínios, com exceção da relação VEF1/CVF, apresentaram dados com significância estáticas e com redução, quando comparados com a média dos valores de referência descritos na literatura para os pacientes do estudo. O sedentarismo apresenta-se elevado nos pacientes do estudo, e é um grande preditor para a perda de massa muscular global e respiratória, o que gera a baixa capacidade de transporte e extração de O2, gerando distúrbios ventilatórios restritivos, obstrutivos ou mistos. No estudo, as variáveis CVF, PFE e VEF1 apresentam-se reduzidas, quando comparadas aos valores de referência. Já a relação VEF1/CVF apresenta-se acima dos valores de referência, o que caracteriza a presença de distúrbio restritivo. Conclusão: Conclui-se que o perfil pulmonar dos pacientes hemodialíticos, levando em consideração as variáveis espirométricas obtidas no estudo, comparadas com os valores teóricos, demonstra a predominância de um distúrbio restritivo (92,88%), o que significa uma redução dos volumes pulmonares, desta forma reduzindo a complacência pulmonar. Isso confirma a importância do tratamento fisioterapêutico para esses pacientes, visando melhorar a função pulmonar e a recuperação de seu condicionamento físico.