NUTRIÇÃO E SAÚDE MENTAL

EXPLORANDO AS COMPLEXIDADES DO TRANSTORNO ALIMENTAR EM CONTEXTO DE DEFICITS COGNITIVOS

Resumo

NUTRIÇÃO E SAÚDE MENTAL: EXPLORANDO AS COMPLEXIDADES DO TRANSTORNO ALIMENTAR EM CONTEXTO DE DEFICITS COGNITIVOS 

O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) é um transtorno alimentar muito comum, com estimativas de prevalência ao longo da vida. É caracterizado por episódios frequentes da ingestão excesso de comida e acompanhada por uma sensação de perda de controle. Além disso, está associado a sintomas depressivos, qualidade de vida reduzida e taxas elevadas de transtornos de saúde mental. Estas cargas de doenças são agravadas por baixas taxas de engajamento e sucesso no tratamento. Estima-se que 60% das pessoas que vivem com este transtorno permanecem sem tratamento, e pelo menos metade dos pacientes que acessaram psicoterapias padrão-ouro apresentam sintomas residuais. Evidências indicam que as disfunções neurocognitivas contribuem para o início, manutenção e resposta ao tratamento do TCAP que orquestram a recompensa e o controle alimentar. Segundo estudo realizada na Escola de Medicina da Universidade de Yale, com 343 participantes com TCAP, 21% foram categorizados com impulsividade geral e 79% sem impulsividade geral. Foram investigadas as diferenças entre eles e o grupo diagnosticado com impulsividade geral teve um número significante maior de diagnósticos psiquiátricos e maior psicopatologia geral de transtorno alimentar, com pontuações, sobre: restrição alimentar, preocupação com a forma e peso, mas não com a alimentação. As análises indicaram que indivíduos com obesidade tem maior tendência a desenvolver TCAP. Consequentemente, eles sofrem maior duração da doença e podem apresentar maiores déficits em algumas funções. Evidências sugerem que muitos processos cognitivos são maleáveis e, portanto, apresentam oportunidades de tratamento com intervenções voltadas para as disfunções cognitivas críticas e taxas elevadas de transtornos psiquiátricos e de personalidade.