DESMITE EM EQUINOS: REVISÃO

Resumo

Desmite é uma patologia que gera inflamação nos ligamentos, causando aumento no fluxo sanguíneo, edema e recrutamento de células inflamatórias. O estudo desta patologia é de grande importância na medicina veterinária, promovendo a prevenção e cuidados adequados, oferecendo bem-estar e qualidade de vida aos pacientes. A desmite afeta equinos de todas as modalidades esportivas e os que sofrem uma sobrecarga significativa nos membros torácicos e/ou pélvicos. O Ligamento do Suspensório do Boleto, responsável pela sustentação e hiperextensão da articulação metacarpofalangeana, é um dos ligamentos com maior incidência de casos. São considerados fatores de risco exercício em pisos moles e profundos ou movimentos de rotação excessiva, equinos com quebra do eixo podo-falângico, pinças compridas e talões baixos e cavalos com uma rotina de treino repetitiva, que sujeitam seus ligamentos suspensores a maior desgaste. Sinais clínicos incluem aumento de volume e temperatura local, dor na palpação e claudicação intermitente, que se prolonga entre dias a semanas e que tende a agravar com exercícios. As claudicações podem surgir de forma aguda ou insidiosa. Após a lesão, inicia-se a fase inflamatória aguda, que pode perdurar por uma a duas semanas. O processo de cicatrização do tecido é dividido em três fases, inflamação aguda, proliferação e remodelação. Se não houver um tratamento adequado a cicatrização, poderá levar a uma nova lesão ou a formação de aderências e desalinhamento das fibras. A capacidade de cicatrização do ligamento é prejudicada com a idade e com isso o ligamento pode sofrer degeneração, aumentando a predisposição a lesões. O tratamento clínico pode diminuir a inflamação e estimular a reparação tecidual visando a prevenção de recidivas após o retorno às atividades esportivas, porém o tratamento das lesões ligamentares e tendíneas é complexo, podendo comprometer a vida esportiva do animal. Deve-se considerar também as indicações e restrições de exercícios, sessões de fisioterapia, crioterapia e ferragens ortopédicas com apoio nos talões, aprumo e casqueamento. O monitoramento do paciente é de extrema importância, pois permite avaliar os progressos ou retrocessos na recuperação das lesões e, consequentemente, no rendimento esportivo do equino.