LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA EM CÃO: RELATO DE CASO
Resumo
A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é um tipo de câncer que se caracteriza pela proliferação de linfócitos pequenos e aparentemente maduros, que, apesar de parecerem normais, apresentam deficiências imunológicas. A doença surge devido a mutações no DNA das células, aumentando sua capacidade de crescimento e sobrevivência, o que leva a um acúmulo de linfócitos no sangue e na medula óssea, mas com perda de função. A LLC é a forma mais comum de leucemia em cães e humanos, sendo especialmente prevalente em cães de meia-idade a idosos, sem preferência por raça ou sexo. Nos cães, geralmente tem origem nos linfócitos T citotóxicos (CD8) e o diagnóstico é frequentemente incidental, descoberto em exames de rotina e confirmado por citometria de fluxo e análise da medula óssea. Os sintomas clínicos da LLC são frequentemente vagos, incluindo letargia, perda de peso, anemia, linfadenomegalia e esplenomegalia. Embora a doença tenha geralmente um curso lento, alguns casos podem evoluir para formas mais agressivas, como a LLC atípica. O tratamento com quimioterapia é recomendado para casos com sintomas graves ou alta contagem de linfócitos, e o prognóstico é geralmente favorável, com muitos cães vivendo até três anos após o diagnóstico. No entanto, complicações como a crise blástica e a síndrome de Richter podem piorar o prognóstico. Este caso clínico descreve um cão, da raça Yorkshire de 5 anos diagnosticada com LLC, uma condição rara em animais. Durante o exame físico, o paciente apresentou frequência cardíaca normal (140 bpm), frequência respiratória aumentada (80 bpm), mucosas normocoradas, abdômen normal, linfonodos submandibulares reativos, febre (39,8ºC), ausência de reflexo palpebral no olho direito e prostração. Com base nesses achados, foram recomendados exames complementares.O hemograma inicial revelou leucocitose (36.800/μL), neutrofilia (15.456/μL) com desvio à esquerda regenerativo (368/μL), e linfocitose (20.976/μL) com alterações morfológicas indicativas de neoplasia. A bioquímica mostrou aumento da Fosfatase Alcalina (368 UI/L), hipoalbuminemia (1,9 g/dL) e hipoglicemia (60 mg/dL). Três dias depois, um novo hemograma mostrou uma piora significativa, com leucocitose acentuada (100.700/μL), maior desvio à esquerda (1.200/μL), trombocitopenia (122.000/μL) e linfocitose severa (82.574/μL), indicando progressão da neoplasia. O ultrassom revelou hepatoesplenomegalia e alterações nas glândulas adrenais e vesícula biliar. O mielograma confirmou a hipercelularidade e as características neoplásicas dos linfócitos.O caso destaca os achados clínicos e laboratoriais que levaram ao diagnóstico, sublinhando a escassez de literatura sobre o tema. O estudo teve como objetivo descrever as principais alterações clínicas, hematológicas e citológicas observadas. A progressão rápida da proliferação linfocítica impediu a realização de tratamento eficaz, resultando no óbito do animal.
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