BENEFÍCIO DA ATIVIDADE FÍSICA PARA PESSOAS COM DIABETES COM TIPO 2

  • Roger Santos Coelho Unibrasil
  • Ricardo Araujo
  • Lais Cristyne Alexandre Dos Santos
Palavras-chave: Type 2 diabetes mellitus, physical activity, physical exercise, glycemic control, benefits

Resumo

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) configura-se como um dos maiores desafios
para a saúde pública mundial. Trata-se de uma condição crônica que
corresponde à maioria absoluta dos casos de diabetes e que, por sua
magnitude, impõe elevado custo social, econômico e individual. O crescimento
acelerado da incidência é alarmante e projeta impactos ainda mais expressivos
nas próximas décadas, tornando imprescindível a busca por estratégias
eficazes de prevenção e manejo. Embora incurável, o DM2 pode ser controlado
de forma eficiente, de modo a reduzir complicações e proporcionar melhora na
qualidade de vida da população acometida. A ausência de controle adequado
aumenta significativamente o risco de morbimortalidade, especialmente em
decorrência das complicações cardiovasculares, como infarto agudo do
miocárdio e acidente vascular cerebral, principais causas de morte nessa
população. Além disso, a hiperglicemia crônica decorrente da doença
compromete o sistema nervoso periférico, ocasionando neuropatias que se
manifestam em dor crônica, perda sensorial, úlceras e até amputações em
casos graves. Essas condições impactam de forma direta a autonomia e a
funcionalidade dos indivíduos, reforçando a necessidade de estratégias
preventivas e de controle que ultrapassem o tratamento medicamentoso.
Nesse contexto, a prática regular de atividade física se destaca como um dos
pilares mais eficazes no enfrentamento do DM2. O exercício, quando
associado à reeducação alimentar e ao uso de medicamentos, apresenta efeito
sinérgico na regulação glicêmica, reduz fatores de risco cardiovasculares,
melhora a sensibilidade à insulina e promove manutenção da saúde muscular e
óssea. Além disso, contribui para a redução da sarcopenia e de outros efeitos
colaterais associados à progressão da doença e ao uso prolongado de
fármacos. Entre as modalidades mais recomendadas, destaca-se a
combinação de exercícios aeróbicos — como caminhada, corrida, natação ou
ciclismo — com exercícios de resistência, como a musculação. Essa
associação proporciona ganhos superiores quando comparada à prática
isolada de apenas um tipo de atividade, visto que potencializa o controle
metabólico, fortalece os sistemas cardiovascular e musculoesquelético, e
amplia os benefícios funcionais. Assim, o exercício físico atua como ferramenta
essencial para que os pacientes assumam um papel ativo no próprio
tratamento, transformando-se em agentes protagonistas da sua saúde.
Ressaltasse que a pesquisa encontra-se em andamento.

Referências

ABDALHK, D. et al. Associação entre metformina e atividade física com controle glicêmico em adultos com diabetes tipo 2. Endocrinology, Diabetes & Metabolism, v. 4, n. 4, p. e00206, 2021.

BULL, F. C. et al. Diretrizes da Organização Mundial da Saúde de 2020 sobre atividade física e comportamento sedentário. British Journal of Sports Medicine, v. 54, p. 1451-1462, 2020.

KANALEY, J. A. et al. Exercício/Atividade Física em Indivíduos com Diabetes tipo 2: uma declaração de consenso do Colégio Americano de Medicina Esportiva. Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 54, n. 2, p. 353-368, 2022.

KINDLOVITS, R. et al. Oito semanas de exercícios intermitentes em hipóxia, com ou sem dieta pobre em carboidratos, melhoram a massa óssea e a capacidade funcional e fisiológica em idosos com diabetes tipo 2. Nutrients, v. 16, n. 11, p. 1624, 2024.

MAGALHÃES, J. P. et al. O ensaio Ex-Timing: avaliando o exercício matinal, vespertino e noturno no relógio circadiano em indivíduos com diabetes tipo 2 e sobrepeso/obesidade: um protocolo de estudo cruzado randomizado. Trials, v. 25, n. 526, 2024.

MENDES, R. et al. Implementando programas de exercícios comunitários de baixo custo para pacientes de meia-idade e idosos com diabetes tipo 2: quais são os benefícios para o controle glicêmico e o risco cardiovascular? International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 14, n. 9, p. 1057, 2017.

MIRTHA, L. T.; PERMATAHATI, V. A eficácia do exercício aeróbico na melhoria das funções nervosas periféricas no diabetes mellitus tipo 2: Um relato de caso baseado em evidências. Acta Medica Indonesiana, v. 50, n. 1, p. 82-87, 2018.

PAN, B. et al. Modalidades de treinamento físico em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: uma revisão sistemática e meta-análise em rede. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, v. 15, n. 72, 2018.

PANTANETTI, P. et al. Alterações no peso e composição corporal, parâmetros metabólicos e qualidade de vida em pacientes com diabetes tipo 2 tratados com semaglutida subcutânea na prática clínica do mundo real. Frontiers in Endocrinology, v. 15, p. 1394506, 2024.
Publicado
2025-12-12
Seção
Educação Física