Governança e ESG: Público X Privado para Gestão Bancária

Resumo

A crescente demanda por responsabilidade corporativa impulsionou a adoção das práticas de Environmental, Social and Governance (ESG) no setor bancário, especialmente diante de desafios globais como mudanças climáticas, desigualdade social e a necessidade de governança transparente. No Brasil, essa tendência tem se intensificado tanto em bancos públicos quanto privados, motivada por regulamentações nacionais e internacionais, bem como pela pressão de investidores e consumidores. Justifica-se, portanto, a análise da implementação das práticas ESG no setor bancário como forma de compreender as estratégias adotadas e os entraves enfrentados pelas instituições financeiras na integração dos princípios de sustentabilidade em suas operações. O objetivo central do estudo consistiu em investigar como os bancos públicos e privados brasileiros vêm implementando as práticas ESG, comparando suas abordagens e avaliando os impactos organizacionais dessas ações. A pesquisa foi desenvolvida por meio de uma abordagem qualitativa, com ênfase na análise documental de relatórios de sustentabilidade, normas regulatórias e estudos de caso, permitindo uma comparação entre as práticas adotadas por diferentes instituições. Os resultados revelam que os bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, apresentam forte alinhamento com políticas públicas, priorizando projetos sociais e ambientais de interesse coletivo. Por outro lado, bancos privados como Itaú, Bradesco e Santander demonstram foco em estratégias voltadas à competitividade e à atração de investimentos, com ações como emissão de títulos verdes e adesão a pactos internacionais. Observou-se, no entanto, desafios comuns, como a dificuldade de padronização dos indicadores de impacto e o descompasso entre discurso e prática. A regulamentação, ainda em desenvolvimento, também representa um obstáculo à consolidação plena dessas práticas. Conclui-se que, embora existam avanços relevantes, a implementação das diretrizes ESG no setor bancário brasileiro ainda exige esforços coordenados entre instituições, reguladores e sociedade civil para garantir a efetividade das ações e promover um modelo de desenvolvimento mais sustentável, ético e inclusivo.