INFLUÊNCIA DO USO MATERNO DOS SMARTPHONES DURANTE A AMAMENTAÇÃO

  • Caroline Lopes de Carvalho Unibrasil
  • Edilceia Domingues do Amaral Ravazzani
Palavras-chave: Amamentação; smartphones; vínculo.

Resumo

O aleitamento materno favorece o vínculo afetivo, a proteção e garante nutrição adequada à criança, sendo uma das medidas mais eficazes para reduzir a morbimortalidade infantil. Porém, o crescente uso de smartphones no cotidiano materno suscita preocupações quanto aos efeitos sobre a qualidade das interações entre mães e filhos. Assim buscou-se realizar uma revisão bibliográfica para responder a seguinte pergunta “O uso de smartphones durante a amamentação pode trazer prejuízos? Para tanto realizou-se a busca de artigos nas bases Scielo e Google acadêmico, por meio dos descritores “amamentação”, “smartphones” e “vínculo” de forma isolada e combinada. Após a busca foram selecionados 4 artigos que atendiam ao escopo da pesquisa. Foi possível observar que evidências recentes apontam que o uso do celular por mães, especialmente em contextos de interação direta com o bebê, pode comprometer significativamente a responsividade e indicam que seu uso durante a amamentação diminui o tempo de contato visual com o bebê, além de provocar alterações fisiológicas maternas, como aumento da atividade eletrodérmica e modificação da frequência cardíaca, que sugerem um estado de excitação autonômica potencialmente competitivo com a atenção dedicada ao filho. Essa interferência parece ser mais marcante quando a mãe se encontra em estados de maior carga emocional ou mental. Embora o uso do celular não altere todos os aspectos da interação, ele prejudica de modo significativo a responsividade visual, elemento fundamental na construção do apego entre mãe e bebê. Seu uso elevado, com níveis reduzidos de responsividade, levam a maior incidência de sofrimento psíquico e desenvolvimento socioemocional infantil comprometido. Tais achados reforçam a ideia de que o impacto do uso de celulares se manifesta de maneira mais intensa em contextos marcados por vulnerabilidades emocionais ou sociais. Outro apontamento revela que o uso do celular pode funcionar como um mecanismo de escape para mães que enfrentam sobrecarga emocional, impactando no vínculo mãe-bebê. Embora algumas pesquisas sugiram que os efeitos do uso do dispositivo sejam temporários e reversíveis após sua interrupção, o uso recorrente durante momentos de interação sensível, como a amamentação ou as brincadeiras, pode gerar um acúmulo de prejuízos interacionais ao longo do tempo. Conclui-se que o uso de smartphones durante a amamentação pode trazer prejuízos emocionais e fisiológicos. Diante disso, é fundamental que profissionais da saúde, sobretudo os que atuam na atenção primária e saúde materno-infantil, reconheçam o uso excessivo do celular como um fator de risco para o desenvolvimento infantil e orientem mães sobre a importância da presença plena durante as interações com seus filhos, respeitando, contudo, os contextos subjetivos e as condições socioeconômicas que moldam tais comportamentos.

Publicado
2025-12-12
Seção
Enfermagem