ANÁLISE DO BENEFICÍO DA CORRELAÇÃO ENTRE A TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL PRECOCE COM O TEMPO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA E O PERÍODO DE INTERNAMENTO DE PACIENTES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

  • Amanda Rafaela Gonçalves Rangel Centro Universitário Autônomo do Brasil - UniBrasil
  • Andrea Emanuela Chaud Hallvass Centro Universitário Autônomo do Brasil - UniBrasil
Palavras-chave: nutrição enteral, terapia nutricional, UTI, enteral precoce.

Resumo

O estado nutricional de um paciente crítico reflete no seu tempo de internação, o que pode levar a uma maior necessidade de cuidados intensivos, causando pouca rotatividade de leitos e maior custo para a instituição. Outros elementos adjacentes ao tratamento hospitalar, como a ventilação mecânica pode agravar a desnutrição e prolongar a permanência do paciente, o que favorece o desenvolvimento da má nutrição calórico-proteica nos indivíduos, que pode levar a uma redução de massa magra. A terapia nutricional enteral (TNE) tem como objetivo melhorar o estado nutricional nos pacientes hospitalizados, prevenir e tratar a desnutrição, podendo reduzir as consequências de um catabolismo elevado, melhorar a evolução clínica do paciente e reduzir o seu tempo de internação, uma vez que o início da TNE em até 24h tem impacto significativo na redução da mortalidade. O objetivo principal desse estudo foi demonstrar o efeito da nutrição enteral precoce em relação ao tempo de ventilação mecânica e período de internação na UTI de pacientes sob cuidados intensivos. Essa pesquisa foi de caráter retrospectivo, com análise de prontuários de pacientes internados em uma UTI de um hospital particular em Curitiba/PR.  Os critérios de exclusão foram pacientes com idade menor de 18 anos e maior que 80 anos, com mais de duas comorbidades, diagnóstico de doenças respiratórias e/ou cânceres. Foram avaliados 365 pacientes internados no período de junho/2014 até junho/2016 que ficaram em ventilação mecânica, entre esses, 35,06% (n= 128) fizeram uso de TNE e cumpriram os requisitos de inclusão do estudo. Os pacientes foram divididos em dois grupos, onde no primeiro grupo 82% (n= 105) fizeram uso de TNE em até 48 horas e no segundo 17,96% (n= 23) receberam TNE após 72 horas. Os resultados parciais encontrados foram que no primeiro grupo o tempo médio de internação foi de 21 dias (DP± 26,72) e o tempo médio de ventilação mecânica 07 dias (DP± 8,24), além disso, 56,19% dos pacientes tiveram alta para enfermaria e 37,14% foram a óbito. No segundo grupo, a média de internação foi 24 dias (DP± 25,33) e o tempo de ventilação mecânica 11 dias (DP± 16,05), 26% dos pacientes desse grupo tiveram alta para enfermaria e 69,56% foram a óbito. Com base na análise dos dados encontrados até o momento, concluímos que iniciar TNE precoce nas primeiras 48 horas melhorou o desfecho dos pacientes, entretanto, o período de permanência na UTI não demonstrou diferença estatisticamente significativa.

Palavras-chave: nutrição enteral; terapia nutricional; UTI; enteral precoce; ventilação mecânica.

Publicado
2018-02-27