POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO ENQUANTO LIBERDADE (AMARTYA SEN) – PROMOÇÃO DE AFIRMAÇÕES DE IGUALDADE PARA AS MULHERES

  • Camila Salvatti Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil
  • Marcos Augusto Maliska Centro Universitário Autônomo do Brasil - Unibrasil

Resumen

As construções sociais, historicamente, estão marcadas por conjunturas de centralidade do masculino como dominante, pela presença de assimetrias vivenciadas pelas mulheres. Desta forma, questiona-se: como compreender políticas públicas e a relação destas com as experiências das mulheres em sociedade com base nos conceitos de liberdade, desenvolvimento e capacidade a partir do pensamento de Amartya Sen? A pesquisa apresenta relevância acadêmica e social ao gerar aportes para debates reflexivos e responsáveis e possibilitar reflexos no âmbito das relações sociais e políticas. O objetivo do estudo é relacionar os aportes acerca das políticas públicas às vivencias das mulheres nas relações sociais, visando o surgimento de políticas públicas alicerçadas no desenvolvimento como liberdade. Para alcançar os objetivos, como teoria de base e abordagem, filiou-se a perspectiva crítica. O método de pesquisa utilizado é o bibliográfico. Destarte, é possível estabelecer que as políticas públicas representam a ação do Estado para a coordenação de seus instrumentos, enquanto respostas contingentes da situação do país para atingir objetivos socialmente relevantes. Ademais, a dinâmica da dominação tem relação com as expectativas-adequação estabelecidas como naturais, o que provoca o fechamento de horizonte ao formular as possíveis posições a serem ocupadas pelas mulheres. Deste modo, compreendendo capacidade - presença de possibilidades de alternativas para avaliação de realização ou não de desejos valorizados por alguma razão; liberdade - aspectos criadores de condição para o desenvolvimento; e desenvolvimento - presença de liberdades, juntamente com as políticas públicas e a condição de agente das mulheres nas relações sociais, surge a possibilidade de um caminho de promoção afirmativa de igualdade para estas, uma vez que,  desenvolvimento é a expansão de liberdades e na invisibilização da mulher há privação de liberdades. Ainda, o artigo 5º, inciso I da Constituição Federal de 1988 demonstra a relevância conferida à igualdade entre homens e mulheres, enquanto direito fundamental. Portanto, conclui-se que as conjunturas assimétricas vivenciadas pelas mulheres representam um fato histórico presente nas relações sociais, o que provoca limitação no desenvolvimento enquanto expansão de liberdades das mulheres, razão pela qual o desenvolvimento como liberdade é apresentado como potência para promover afirmações de igualdade visando o alcance da expansão de liberdades basilares ao desenvolvimento da mulher, ultrapassando-se a barreira da dominação para a realização e fortalecimento das potencialidades e capacidades das mulheres.
Publicado
2020-01-20