NARCISISMO MATERNO E PSICOPATOLOGIA FUNDAMENTAL

  • Rafaela Maycot SANTOS
Palavras-chave: psicopatologia fundamental, narcisismo, maternidade, sujeito

Resumo

A relação mãe-bebe vai além do familiar, trata-se de objetivar a inteireza do ser, buscando um elo saudável entre ambos. Pela abordagem psicanalítica são percorridos Freud, Lacan e Winnicott para dar conta da complexidade que há por trás dessa relação onde na psicopatologia fundamental fica entre paixão e sofrimento essencial e ao mesmo tempo conflitante. Ao passo que a mãe deve ser o ambiente sustentável da criança no inicio da vida, ela pode tanto inseri-la no seu próprio narcisismo ou se sentir invadida por um estrangeiro. É necessário que haja uma relação saudável e sociável e que possibilite o alcance do senso de self do bebe. O processo desse duplo investimento envolve várias questões como: 1.Introdução da psicopatologia fundamental; 2. Gestação, o invasor e o pathos; 3. Fala da mãe na constituição do sujeito; 4. ’Infans’ e “narcisismo englobante”; 5. Narcisismo “excludente” e a relação com a pulsão de morte; 6. Integração do bebe ao corpo da mãe; 7. O poder materno de uma mãe boa e suficiente e a importância do “Nome do Pai”. A mãe só terá capacidade de acolhimento e de responder aos gestos do bebe que confirmem a representação anterior do eu antecipado, o que não se aproxima disso será desvalorizado, podendo gerar dificuldades para sujeito se relacionar com sua próprias percepções corporais. Aos poucos a mãe deve fazer outros investimentos libidinais. Para que o bebe saia de papel de gozo único e se torne um sujeito desejante a função paterna também tem sua importância, assim como a antecipação do eu, no manejo da exclusão e inclusão psíquica da mãe em relação ao bebe. Deslocar o investimento da criança, nesse caso não significa abandoná-lo e sim posicioná-lo.