Incidência de Staphylococcus spp. isolados em hemocultura de pacientes oncológicos

  • Ana Carolina Martins DOS SANTOS UniBrasil
  • Lanna Sendtko BRZEZINSKI UniBrasil
  • Gabriele Sorendino DA SILVA UniBrasil
  • Bruna GONÇALVES UniBrasil
  • Luiza Souza RODRIGUES UniBrasil
  • Jannaina Ferreira de Melo Vasco UniBrasil

Resumo

Pacientes oncológicos estão mais suscetíveis a infecções de corrente sanguínea devido à imunossupressão durante a quimioterapia e a eventual exposição a procedimentos médicos invasivos. A hemocultura é o principal exame utilizado para a o diagnóstico laboratorial dessas infecções, possibilitando a demonstração do agente etiológico e do seu perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos. Os microrganismos do gênero Staphylococcus estão entre os mais isolados de amostras de hemocultura e, neste contexto, o conhecimento sobre a incidência de Staphylococcus aureus e seu perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos é de grande importância na definição da terapia empírica hospitalar. Além disso, embora os Staphylococcus coagulase-negativos (SCoN) tenham sido, anteriormente, considerados apenas como contaminantes provenientes da microbiota de pele sabe-se hoje, que podem estar associados à infecção verdadeira, principalmente nesse grupo de pacientes imunodeprimidos. O objetivo do estudo foi determinar a incidência de Staphylococcus spp. em hemoculturas de pacientes oncológicos. Para tanto, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Liga Paranaense de Combate ao Câncer, foi realizado um estudo experimental prospectivo no período de setembro de 2015 a fevereiro de 2016. Todos os microrganismos recuperados de hemoculturas processadas pelo setor de microbiologia do hospital de câncer de Curitiba foram paralelamente encaminhados ao Centro Universitário Autônomo do Brasil - UniBrasil para armazenamento e posterior identificação fenotípica pela coloração de Gram, prova da catalase, prova da coagulase e de fermentação do manitol. Durante o período do estudo, 146 hemoculturas foram positivas e dessas, 68 (47%) foram cocos Gram-positivos, 50 (34%) bacilos Gram-negativos e 28 (19%) leveduras, segundo a classificação morfo-tintorial da coloração de Gram. Entre os cocos Gram-positivos 65 (96%) pertenceram ao gênero Staphylococcus e, os demais, três, ao gênero Streptococcus (4%). Os SCoN foram os microrganismos mais isolados no estudo, representando 27% do total de amostras positivas (39/146), seguido pelo Staphylococcus aureus, com um total de 26 isolados (18%). O conhecimento sobre a epidemiologia local das infecções de corrente sanguínea e do perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos dos microrganismos envolvidos nessas infecções são essenciais para a orientação terapêutica hospitalar, considerando que o diagnóstico laboratorial pode demorar entre dois a cinco dias após a obtenção do material para análise. Sendo assim, um tratamento empírico certeiro, pode ter impacto positivo quanto à morbidade e mortalidade dos pacientes. Além disso, o reconhecimento de alta incidência de SCoN sem comprovação de infecção verdadeira pode sugerir a necessidade de novos treinamentos aos
Publicado
2016-11-07
Seção
Biomedicina

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