DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO ALIMENTAR DO TIPO SHAKE À BASE DE PROTEÍNA DO SORO DO LEITE E DE TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA MÉDIA PARA PACIENTES COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA

  • Sophia Cury Duarte Centro Universitário Autônomo do Brasil
  • Andrea Regina Zacarias Silva UniBrasil
Palavras-chave: Epidermólise bolhosa; terapia nutricional; proteína do soro do leite; TCM;

Resumo

A epidermólise bolhosa (EB) é uma doença genética rara que afeta a pele e mucosa com diversas manifestações clínicas que impactam o estado nutricional desses pacientes devido a demanda energética e proteica elevada. O comprometimento nutricional está diretamente relacionado com o tipo da doença, podendo afetar o consumo de alimentos e absorção de nutrientes, pois muitos pacientes não conseguem se alimentar adequadamente devido às lesões na cavidade oral, disfagia e dificuldade de mastigação. A terapia nutricional depende do grau da doença e do envolvimento do sistema gastrointestinal. Atualmente, não existem recomendações nutricionais específicas para esses pacientes, no entanto, alguns estudos demonstram que os portadores de EB necessitam de acréscimo no gasto energético total (GET) devido a alta demanda, ou seja, um acréscimo de 100 a 150% no GET. Em relação à proteína, os valores recomendados são de 115 a 200% a mais das necessidades proteicas recomendadas segundo a ingestão dietética de referência (IDR) para uma pessoa saudável com a mesma idade e gênero. Este trabalho tem por objetivo o desenvolvimento de um produto alimentar do tipo shake à base de triglicerídeos de cadeia média (TCM) e proteína do soro do leite para pacientes portadores de epidermólise bolhosa. Os triglicerídeos de cadeia média (TCM) são rapidamente absorvidos, fornecendo maior energia quando oxidados. A proteína do soro do leite possui um alto valor biológico apresentando aminoácidos essenciais, portanto, contribui para o crescimento, desenvolvimento e funcionalidade do organismo. O produto será elaborado no laboratório de técnica dietética do Centro Universitário Autônomo do Brasil e será composto por leite em pó desnatado,  proteína do soro do leite em pó, triglicerídeos de cadeia média em pó, maltodextrina em pó, edulcorante sucralose, aromatizante, emulsificante lecitina de soja e espessante. Após o desenvolvimento, serão realizados os cálculos das informações nutricionais com as respectivas porcentagens de valores diários (VD) baseado nas IDRs. Espera-se obter um produto alimentar estável, com alta densidade calórica e proteica para auxiliar no cuidado nutricional dos portadores de EB.

Biografia do Autor

Andrea Regina Zacarias Silva, UniBrasil

Orientadora

Referências

1. Fine JD, Bruckner-Tuderman L, Eady RAJ, Bauer EA, et al. Inherited epidermolysis bullosa: Updated recommendations on diagnosis and classification. J. Am. Acad. Dermatololy. 2014; 70(6): 1103-1126.
2. Zidorio APC, Leão DOD, Carvalho KMB, et al. Nutritional outcomes in children with epidermolysis bullosa: long-term follow-up. Nutr Hosp. 2018; 35(2): 265-270.
3. Zidorio APC, Togo C, Jones R, et al. Resting energy expenditure and protein balance in people with epidermolysis bullosa. Nutrients. 2019; 11(6): 1-10.
4. Haynes L. Nutrition for Children with Epidermolysis Bullosa. Dermatol Clin. 2010; 28: 289-301.
5. Fine JD, Mellerio JE. Extracutaneous manifestations and complications of inherited epidermolysis bullosa: part I. Epithelial associated tissues. J Am Acad Dermatol. 2009; 61(3):367-84.
6. Cozzolino SFM, Cominetti C. Bases Bioquímicas e Fisiológicas da Nutrição: nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. 1.ed. Barueri: Manole, 2013.
7. Haraguchi FK, Abreu WC, Paula H. Proteínas do soro do leite: composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a saúde humana. Rev. Nutr. 2006; 19(4):479—88.
8. Walzem RL, Dillard CJ, German JB. Whey components: millennia of evolution create functionalities for mammalian nutrition: what we know and what we may be overlooking. Crit Rev Food Sci Nutr. 2002; 42(4):353—75.
9. Wolf K, Johnson RA, Saavedra AP. Dermatologia de Fitzpatrick: atlas e texto. 7.ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
10. Azulay RD. Dermatologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
11. Fine JD, Eady RAJ, Bauer EA, et al. The classification of inherited epidermolysis bullosa (EB): Report of the Third International Consensus Meeting on Diagnosis and Classification of EB. J. Am. Acad. Dermatolo. 2008; 58(6):931-950.
12. Pearson RW. Studies on the Pathogenesis of epidermolysis Bullosa. J. Inv. Dermatology. 1962; 39(6): 551-575.
13. Fine JD. Inherited epidermolysis bullosa. Fine orphaned Journal of Rare Diseases. 2010; 5(1):12.
14. 2nd International Symposium of Pediatric Dermatology (Dermaped). 2018; Brazil.
15. Haynes L. Clinical practice guidelines for nutrition support in children with epidermolysis bullosa including Tool to help identify nutritional compromise (THINC) in EB. 2007. [acesso em 10 abr 2020] Disponível em: http://www.debra.org.uk/uploads/resources/EB_Guidelines_Final_for_web.pdf
16. Pakalwad ST, Awaz HB, Pawar SL, Poul, SP. Preparation and sensory evaluation of papaya milkshake. Veterinary Worl. 2010; 3(4):185-187.
17. Chen J. Food oral processing: Mechanisms and implications of food oral destruction. Trends Food Sci. Technol. 2015; 45:222–228.
18. Venturoso RC, Almeida KE, Rodrigues AM, Damin MR, Oliveira M N de. Determinação da composição físico-química de produtos lácteos: estudo exploratório de comparação dos resultados obtidos por metodologia oficial e por ultra-som. Rev. Bras. Cienc. Farm. 2007;43(4):607-613.
19. Ribeiro AG. Desenvolvimento de produto tipo shake utilizando farinha decorticada desengordurada de tremoço doce (Lupinus albus) cv multolupa. 2006. 84 f. Dissertação (Mestre em Alimentos e Nutrição) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2006.
20. Instituto Adolfo Lutz. Normas Analíticas do Instituto Adolpho Lutz: Métodos Químicos para Análise de Alimentos. 2. ed. São Paulo, 2005. 533p.
Publicado
2021-06-11
Seção
Nutrição