Comunicação, Discurso e Resistência: A Prática Ciberativista de Mulheres Indígenas no Facebook
Resumo
Com o surgimento da internet, houve uma grande mudança na forma de comunicação humana como a facilidade de interação com muitas pessoas, ao mesmo tempo, e distantes fisicamente, além da possibilidade de reunir um grande número de indivíduos em grupos para, por exemplo, exporem opiniões, ideias e, até mesmo, reivindicar direitos. Muitos grupos considerados excluídos pela grande mídia viram, na cibercomunicação um instrumento de luta. Compreendendo a importância da temática, este trabalho estuda o discurso e a prática ciberativista de mulheres indígenas na rede social Facebook, para compreender quais as narrativas construídas enquanto sujeito-discursivo em espaços virtuais, na tentativa de desconstruir estereótipos sobre a imagem da mulher indígena e sobre os povos indígenas. Buscou-se também entender como esses espaços são usados para promover debate e ciberativismo em prol as causas indígenas. Para isso, foram selecionadas seis publicações de duas líderes indígenas para compor o corpus de estudo. Utilizou-se como fundamentação teórica a Análise do Discurso francesa, tendo como referência autores como Pêcheux (1996, 2001) e Orlandi (2001). Foram encontrados discursos que defendem a igualdade de gênero e, principalmente, a defesa pelos direitos indígenas, de modo a deixar evidente a resistência dos povos indígenas e as medidas que lhes são impostas.
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