CRIANÇAS AUTISTAS E OS ASPECTOS RELACIONADOS À NUTRIÇÃO

  • Andressa Cristine Souza de França UniBrasil
  • Analu Ferreira Lourenço
  • Edilceia Domingues do Amaral Ravazzani
Palavras-chave: nutrição; criança autista; sensibilidade alimentar; autismo.

Resumo

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma doença crônica, neuropsiquiátrica relacionada a desordens comportamentais, sociais e de linguagem. As crianças que possuem esta síndrome, geralmente são diagnosticadas de forma precoce e apresentam características como a seletividade alimentar e a propensão a toxicidades intestinais através do aumento de microorganismos patogênicos na flora intestinal, que podem acarretar alterações no peso, distúrbios no crescimento e desenvolvimento psicomotor do indivíduo. Estudos apontam que o comportamento repetitivo, a seletividade alimentar e a não aceitação de alguns tipos de texturas e sabores relacionado a uma possível sensibilidade sensorial, dos portadores de TEA tendem a desencadear um consumo impróprio de macronutrientes, vitaminas e minerais. Estes fatores podem prejudicar o processo de desenvolvimento dessas crianças, principalmente se somados a tendência ao sedentarismo devido à dificuldade de realizar atividades físicas. A partir disso o presente estudo tem como objetivo analisar os benefícios de uma alimentação adequada no tratamento de crianças autistas, através de uma revisão bibliográfica que foi realizada para o levantamento de informações nas bases eletrônicas Google acadêmico e Portal EBSCO. Com base nas dificuldades nutricionais apresentadas em crianças portadoras de TEA, o tratamento nutricional visa diminuir as recusas alimentares para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento da criança, além da adequação no consumo e suplementação de nutrientes essenciais no tratamento de neuropatias como o ômega 3, vitaminas do complexo B, minerais e aminoácidos. Além disso, estudos apontam que a ingestão insuficiente de cálcio, ferro, zinco, ácido fólico, vitamina A, D, E, riboflavina e fibras somados ao consumo em excesso de energia a partir de carboidratos, gorduras saturadas, proteínas e alimentos industrializados, são prejudiciais no tratamento desse distúrbio. Devido a propensão a toxicidade intestinal nesses indivíduos, a terapia nutricional é baseada em uma dieta livre de glúten e caseína com intuito de diminuir as reações inflamatórias exacerbadas e má absorção intestinal. Considerando as possíveis deficiências e necessidades nutricionais, a restrição da variedade alimentar, a tendência ao sedentarismo e a melhora significativa dos sintomas do autismo em crianças que aderiram ao tratamento dietético, é possível concluir que o acompanhamento nutricional com crianças portadoras do espectro autista é essencial para o desenvolvimento psicomotor, crescimento e redução dos sintomas da síndrome, juntamente com o acompanhamento de uma equipe multiprofissional visando melhorar a qualidade de vida dessas crianças e seu estado nutricional. 

Publicado
2021-11-19
Seção
Nutrição

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