INFECÇÕES BACTERIANAS SECUNDÁRIAS À ESPOROTRICOSE EM GATOS
Resumo
Atualmente a esporotricose atinge humanos em todo o território brasileiro e, felinos em toda a costa do Brasil: do Rio Grande do Sul até Rio Grande do Norte. Devido às especificidades comportamentais dos felinos em serem notívagos, peridomiciliares, possuírem hábitos de lamberem-se uns aos outros, de brigas por territórios e por fêmeas, se arranham e mordem no ato da cópula, o fungo contido nas unhas e na saliva dos felinos infectados acaba sendo transmitido. Em estágio voluntário, acompanhou-se a rotina em um abrigo para felinos em Curitiba, Paraná. Observou-se, com o recebimento de diversos felinos de diferentes regiões, uma alta incidência de felinos clinicamente diagnosticados com esporotricose. Coletou-se, randomicamente, amostras de sangue e coletas de material biológico proveniente de áreas lesionadas de nove gatos filhotes e adultos, machos e fêmeas, sem idade conhecida, positivos para esporotricose. A justificativa para o presente estudo teve como base o questionamento acerca da demora e, em alguns casos, ineficácia da terapia medicamentosa aplicada nos pacientes ou seja, embora o tratamento convencional com o uso de medicamentos preconizados no tratamento da esporotricose, como itraconazol, iodeto de potássio, anfotericina B e outros antibióticos estivesse sendo feito, não se observou o efeito desejado. O objetivo do estudo foi buscar subsídios para que se pudesse compreender a causa da não efetividade do tratamento. Os resultados das análises feitas apontaram diferentes bactérias, a saber: Pseudomonas sp, Proteus sp, Enterobacter sp e Staphylococcus: Essas bactérias poderiam ser as causadoras do agravamento da esporotricose nos pacientes dificultando sua melhora clínica. Realizou-se também antibiograma, e identificou-se uma variedade de antibióticos possíveis de serem usados nos pacientes. A partir dos achados vislumbrou-se a existência de infecções causadas por microrganismos oportunistas, causadores de infecções secundarias os quais deveriam estar impedindo a recuperação dos gatos tendo em vista que o tratamento utilizado consistia em antifúngicos e outras medicações especificas para micose e antibióticos de amplo espectro. Em posse de tais resultados compreendeu-se que, quando presentes, infecções secundárias à esporotricose tornam o tratamento muito mais complexo e longo podendo evoluir a óbito. Observou-se que as bactérias Proteus sp., Pseudomonas sp. e Staphylococcus pseudointermedius, foram as mais prevalentes nas afecções clínicas seguidas das bacterias Enterobacter sp e Escherichia coli. Devido ao aumento das infecções bacterianas, ressalta-se a importância da realização de cultura bacteriana e o antibiograma, objetivando o tratamento mais eficaz para cada tipo de afecção.
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