A NECESSIDADE DE SUPORTE PSICOLÓGICO E SOCIAL PARA CRIANÇAS EM ADOÇÃO
Resumo
Atualmente no Brasil, crianças mais velhas enfrentam diversos desafios psicológicos, em virtude do abalo emocional em razão de se sentirem rejeitados pelos adotantes que preferem recém-nascidos e crianças pequenas. Diante disso, ressalta-se que essa circunstância é comum, em virtude dos futuros pais acharem que será mais fácil de criar se puderem implementar suas crenças e costumes no adotado. As crianças mais velhas podem carregar consigo experiências traumáticas, as quais podem desmotivar os interessados no processo de adoção. Em consequência do processo demorado e burocrático da adoção, os desafios vão se agravando, pois durante esse período o tempo passa e as crianças crescem, e continuam nas instituições de acolhimentos, muitas delas não conseguem ser adotas antes da maioridade, e essa mudança drásticas muitas vezes ocorre sem suporte psicológico e social, dificultando o processo de adaptação em sua nova família ou na vida fora da instituição que cresceu. Para aquelas que saem ao atingir a maioridade, a Lei nº 13.257/2016, que institui o Marco Legal da Primeira Infância, estabelece políticas de apoio, mas a efetividade dessas políticas ainda é um desafio. A falta de preparo para vida adulta, ocorre dificuldades de conseguir um emprego e moradia, logo a taxa de vulnerabilidade econômica e social aumentam. Nessa perspectiva, nessa sociedade marcada pelo desamparo social e desemprego na vida adulta, a odeia de direitos humanos permanece deturpada. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), estabelecido pela Lei nº 8.069/1990, garante os direitos básicos de crianças e adolescentes e regula a adoção no Brasil. A Lei nº 12.010/2009, que revisou o ECA, prioriza a adoção de crianças em situação de risco e aprimora as regras do processo, criando o Cadastro Nacional de Adoção. No entanto, mesmo com as medidas adotadas o índice de crianças mais velhas nas instituições de acolhimento em relação aos mais novos é discrepante. Diante dos desafios enfrentados, medidas são necessárias para minimizar essas desigualdades e garantir uma sociedade equânime e igualitária, e, assim confirmar com o pensamento do renomado filosofo francês Paul Ricoeur quando diz “ Ética é vida boa para todas e todos em instituições justas. ”
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