PRESEPADAS NO MODUS OPERANDI HISTÓRICO DO TRABALHO EM ARTE.
Resumo
A precarização do trabalho artístico no Brasil reflete uma luta constante entre a valorização da arte e as exigências do capitalismo, o que se mostra como um grande objeto de estudo que pode cooperar para uma maior compreensão das configurações subjetivas do trabalho. Esse resumo busca colaborar para a garantia dos direitos e condições dignas para os artistas, em um cenário onde as imposições do sistema capitalista ameaçam a autenticidade e a viabilidade das condições do trabalho artístico. Tem como objetivo analisar e compreender dinâmicas versáteis e prazerosas e os sofrimentos, com foco no trabalho do artista. Explorar como o artista se desenvolveu ao longo da história, os desafios que enfrentou e enfrenta, e o legado que pode servir de inspiração para novas formas de organização do trabalho. Com base na revisão bibliográfica de artigo científico e em observações participantes, o processo de constituição das configurações subjetivas do trabalho no setor artístico vem se desenvolvendo de forma contínua desde o período das monarquias. Artistas como pintores, atores e músicos enfrentavam o dilema de dependência e busca por reconhecimento, necessitando agradar o monarca e ao mesmo tempo produzir patrimônio suficiente para seu sustento. No contexto brasileiro, Segnini destaca a transição da Monarquia para a democracia, onde o contexto da organização do trabalho na arte ganhou força na luta por direitos, com iniciativas como o Serviço Social do Comércio (SESC) valorizando o trabalho artístico. Durante a ditadura militar, a arte foi atacada e privada de liberdade de expressão, com muitos artistas sendo presos e perseguidos. Após a ditadura, o movimento artístico voltou a ganhar força, mas ainda enfrentou precarização e insegurança no trabalho artístico. Leis de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet, ajudaram a melhorar a situação, mas a entrada de empresas privadas no setor trouxe novas inseguranças, com a demanda por consumismo, lucro e produtividade prejudicando a construção histórica do trabalho artístico. É notável que a partir de Segnini, entende-se que o trabalho artístico possui construções das organizações do trabalho que divergem da dinâmica normalizada de trabalho no capitalismo, contribuindo para um ambiente mais autêntico e adaptável ao período histórico e social. No entanto, atualmente há uma luta constante contra modelos capitalistas radicais que trazem inseguranças trabalhistas e de renda para os artistas. A área artística mostra características versáteis, mas enfrenta o obstáculo do capitalismo. Para concluir os rumos dessa luta, é necessária uma ampla pesquisa e observação da construção social atual no âmbito do trabalho artístico. O estudo mostra que, apesar de suas raízes e seu valor histórico, o trabalho artístico enfrenta desafios contínuos, especialmente em relação às pressões impostas pelo capitalismo. Apesar das dificuldades, o trabalho artístico é uma forma de resistência e inovação, que se afasta das formas tradicionais de organização do trabalho. A versatilidade pode inspirar outros setores que buscam formas mais humanas e adaptáveis de trabalho. Contudo, para que esse potencial se concretize de maneira plena e justa, é necessário que o movimento artístico continue a se engajar em lutas por direitos e por novas formas de organização laboral, alinhadas com as particularidades desse campo. Mais estudos são essenciais para ampliar o entendimento das demandas atuais e construir um futuro mais seguro e sustentável para os trabalhadores da arte.
Referências
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