KANT: HISTÓRIA, POLÍTICA E DIREITO

  • Antonio Djalma BRAGA JUNIOR
Palavras-chave: Kant, Liberdade, Política, História, Direito

Resumo

Sabe-se que o sistema crítico kantiano representa um desejo profundo de construir uma arquitetônica própria da razão. Na Crítica da Razão Pura, Kant procura estabelecer os fundamentos e o limite da nossa razão no interior do processo de conhecimento da natureza através da compreensão de como a nossa faculdade do entendimento funciona. Mas o seu sistema deixa de satisfazer as exigências da razão no seu sentido prático puro. Deste modo, Kant procura através da segunda Crítica – a Crítica da Razão Prática – desenvolver o uso da faculdade da razão no seu sentido prático e procura demonstrar como, através da liberdade, podemos criar leis morais que servem de ideal para a nossa ação sensível. Diante deste panorama, Kant redigiu em 1790 a sua terceira Crítica – a Crítica da Faculdade de Julgar – na qual procura descrever como funciona a nossa faculdade de julgar, que serve de meio termo entre a faculdade do entendimento e a faculdade da razão. Além deste sistema Crítico, temos ainda os escritos da Filosofia da História de Kant que nos servem de fio condutor para compreender e analisar um aspecto fundamental da filosofia kantiana: o fato de que a liberdade está por trás do progresso da humanidade. O presente trabalho tem como objetivo explicar esta ideia de liberdade levando em conta os aspectos textuais da Crítica de Kant, sobretudo em relação ao Idealismo Transcendental, mas também aspectos que se expandem para além dos escritos Críticos, passando nosso olhar por conceitos que se encontram nas obras Ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita (IaG, AA 8) e Resposta à pergunta: o que é o esclarecimento? (WA, AA 8), publicadas em 1784; Apreciação da obra de Herder: ideias em vista de uma filosofia da história da humanidade (RezHerder, AA 8), de 1785; e o Começo conjectural da história humana (MAM, AA 8), que fora publicada em 1786. Um estudo da liberdade no âmbito de uma Filosofia da História, nos leva a alguns questionamentos e problemas que tentaremos responder neste trabalho através de um método de pesquisa bibliográfico: será que é possível fundamentar no pensamento de Kant a ideia de que a história da humanidade está sempre em uma ascensão do pior e mais primitivo para o melhor e mais civilizado dos mundos? Será que é possível afirmar que estamos em um caminho rumo à paz perpétua e ao esclarecimento de maneira contínua? Será possível caminhamos em direção a uma vida cosmopolita que se efetivará na constituição de uma comunidade de paz perpétua como fim terminal? Tais questionamentos nos levam à hipótese de que a noção de liberdade, seja no âmbito individual, seja no âmbito político, é central para a execução desta pesquisa e sobretudo para respondermos o problema que nos dispomos a investigar.
Publicado
2016-05-06