CONDIÇÕES ORAIS ASSOCIADAS AO PARTO PREMATURO: REVISÃO DE LITERATURA

  • Debora Cruz Macuco UniBrasil
  • Gisele Marchetti UniBrasil
  • Giselle Emilãine da Silva Reis UniBrasil
Palavras-chave: prematuridade, saúde bucal, condições orais, odontopediatria

Resumo

A Organização Mundial da Saúde classifica como prematuro qualquer nascimento antes de 37 semanas completas de gestação. Cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros anualmente no mundo, sendo o Brasil o décimo país com maior número de nascimentos pré-termo. Em 2020, segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 320 mil bebês nasceram prematuros no Brasil, o que equivale a 931 partos prematuros a cada 24 horas. O nascimento antes de 37 semanas de gestação pode acarretar impactos ao longo da vida do indivíduo, como no desenvolvimento neurológico e risco aumentado de doença crônica, além de estar associada a alterações na cavidade oral. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de literatura acerca da associação entre alterações bucais com parto prematuro. O levantamento dos dados contidos nesta revisão da literatura foi realizado por meio das bases de dados SciELO, PubMed, além de consensos nacionais e internacionais. As palavras chaves utilizadas foram: “dentição de nascidos prematuros” (born prematurely teething), “alterações orais em nascidos prematuros” (born prematurely oral alterations) e “saúde bucal em nascidos prematuros” (born preterm and oral health). Foram selecionados artigos de pesquisa que avaliaram a etiologia, diagnóstico e prevenção das alterações bucais associadas à nascidos pré-termo, publicados entre 2012 a 2022 em revistas nacionais e internacionais na área da Odontologia. De acordo com a revisão de literatura realizada, verificou-se que a prematuridade pode estar associada ao atraso na erupção dentária, ao aumento de defeitos de desenvolvimento do esmalte, maior suscetibilidade de desenvolvimento da doença cárie, maiores chances de apresentar mal oclusões. Além disso, outras possíveis alterações orais em prematuros, são: espessura do esmalte dentário em dentes decíduos mais irregulares e finos do que em crianças a termo; aumento na porosidade do esmalte, principalmente em molares e caninos decíduos e dilaceração da coroa dentária por forças traumáticas locais (laringoscopia e intubação orotraqueal). Portando, programas de atenção integral à saúde da criança devem ser desenvolvidos para melhorar os cuidados pré-natal, neonatal e pós-natal dos prematuros, incluindo programas que objetivem educar, prevenir e atenuar as possíveis alterações dentárias destas crianças. Conclui-se que o acompanhamento odontopediátrico em crianças prematuras, geralmente, deve ocorrer com maior frequência, devido as possíveis condições relatadas anteriormente, sendo avaliado individualmente as necessidades de cada paciente.

Publicado
2022-11-30
Seção
Odontologia

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)