PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 2 A 5 ANOS BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA AUXÍLIO BRASIL

Resumo

A insegurança alimentar pode resultar no estado nutricional de um indivíduo e consequentemente de uma população, podendo trazer complicações na saúde como desnutrição ou obesidade e até ocorrer casos de doenças. O programa Auxilio Brasil surgiu como um programa social de transferência direta e indireta de renda, acolhendo famílias em situação de pobreza e extrema pobreza e com a necessidade de emancipação. É de extrema relevância o acompanhamento das famílias assistidas pelo programa para traçar o perfil nutricional visando a melhoria da qualidade alimentar e do estado nutricional, evitando problemas futuros relacionados a excesso de peso ou desnutrição e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Sendo assim, ao observar o cenário atual de casos de desnutrição e obesidade que ainda é muito recorrente, e diante de sua problemática é de extrema importância levantar informações sobre o estado nutricional para uma reflexão acerca deste perfil e da qualidade da alimentação dos beneficiários do programa Auxílio Brasil. O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil nutricional e consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos beneficiárias do programa Auxílio Brasil de uma região metropolitana de Curitiba. Foram avaliadas 15 crianças da faixa etária proposta, das quais foi realizada aferição de peso e estatura, seguida da aplicação de um questionário de marcador de consumo alimentar proposto pelo SISVAN, o qual foi respondido pela mãe ou responsável pela criança. De acordo com os dados coletados, observa-se que em relação aos indicadores de IMC/idade e peso/altura 33% das crianças se encontra em situação de sobrepeso, e 7% em obesidade. Essa análise aponta para uma instalação precoce do sobrepeso uma vez que crianças na faixa etária pré-escolar já estão sofrendo com problemas associados ao excesso peso, o que pode estar associado a uma alimentação adequada fornecida pela família. Foi possível identificar que a maior parte das crianças avaliadas utilizaram fórmulas infantis e não foram amamentadas ao seio, além de que muitas crianças terem o costume de comer em frente a televisão, o que pode levar a distração e desinteresse pela alimentação. Conclui-se que a prevalência de sobrepeso e obesidade pode ser considerado elevado para o grupo avaliado e que elas não foram amamentadas de forma exclusiva, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde, desta forma, é de extrema importância que sejam implementadas ações de educação alimentar e nutricional, para esse grupo, na tentativa de reduzir o sobrepeso e obesidade e ainda estimular, de modo geral, a prática do aleitamento materno exclusivo e a correta introdução da alimentação complementar, visando a melhoria dos indicadores nutricionais.

Palavras-chave: perfil nutricional; auxílio brasil; obesidade; desnutrição.