SOBRE A PERSONAGEM MULAN E O ARQUÉTIPO ANIMUS

  • Giovana Harasemiv Garze Psicologia, UNIBRASIL
  • Samanta Forti Centro Universitário UniBrasil
Palavras-chave: psicologia analítica, psicologia junguiana, arquétipos, anima e animus, mulan

Resumo

De acordo com Jung, o arquétipo é uma fonte primária de energia e padronização psíquica: todos os têm em seu inconsciente coletivo, e quando algum deles vem para o inconsciente pessoal, já vem com coisas que são nossas, portanto, um complexo. O Animus é uma imagem arquetípica masculina em pessoas que se reconhecem a partir do gênero feminino, como é o caso da personagem fictícia Mulan. Em função da importância dos conceitos, o presente trabalho teve como objetivo expor as características do arquétipo Animus presentes em Mulan. Para isso foram identificados artigos que discutem as formas distintas de manifestação do Animus no processo de individuação feminino. No decorrer de sua narrativa, observa-se que a personagem da Disney resiste aos valores da sociedade da época para salvar seu pai que seria obrigado a lutar na guerra. Mulan cresceu ao redor do pai, um grande guerreiro praticante de artes marciais, e foi, desde muito jovem, influenciada por ele. Ainda criança Mulan já gostava de brincar com espadas e lutar, muitas vezes causando problemas na vila em que vivia com sua família, visto que não era socialmente aceito que as meninas participassem dessas brincadeiras do universo masculino. Mais tarde, ao se disfarçar de homem para substituir o pai na guerra, esse mesmo padrão se repete, fazendo com que Mulan precisasse externalizar toda a sua essência masculina (o Animus), ao se dar conta de que somente assim ela seria respeitada em campo pelos outros guerreiros homens. Salienta-se que na Psicologia Analítica proposta por Carl Gustav Jung, os contos possuem um significado individual, além de carregarem em si grande valor, sendo recriados na própria realidade das pessoas. Ademais, evidencia-se que ao enfrentar seus medos e possuir a coragem para enfrentá-los, Mulan assume a figura arquetípica do Animus, constituindo um exemplo de como os contos podem auxiliar no processo de autoconhecimento e individuação.

Publicado
2023-11-01
Seção
Psicologia

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