Estudo do Microbioma Humano: Evidências de Disbiose em Bases de Dados Integradas

  • Rayana Ariane Pereira Maciel Centro Universitário Autônomo do Brasil https://orcid.org/0000-0002-1745-0732
  • Guilherme Vismeck Costa Stabel UniBrasil
  • Ana Beatriz Veloso Henriques UniBrasil
  • Aymee Gonçalves Ferreira de Souza
Palavras-chave: Microbioma humano; Microbiota; Disbiose; Bioinformática; Análise composicional.

Resumo

O microbioma humano, um ecossistema complexo de microrganismos, é fundamental para a manutenção da saúde, atuando na digestão, síntese de metabólitos e modulação imunológica. Alterações em sua homeostase, conhecidas como disbiose, têm sido associadas a diversas patologias, como doenças inflamatórias intestinais, obesidade e transtornos neurológicos. A elevada variabilidade interindividual, influenciada por dieta, genética e ambiente, torna essencial a realização de estudos comparativos em larga escala para identificar padrões microbianos consistentes e reprodutíveis. Este estudo justifica-se pela necessidade de integrar dados diversos e heterogêneos, a fim de superar limitações de coortes únicas e estabelecer associações robustas entre composição microbiana e estados de saúde e doença. O objetivo principal foi investigar a relação entre a composição do microbioma humano e a saúde do hospedeiro, por meio de análises comparativas de dados secundários de repositórios internacionais, com foco na identificação de assinaturas de disbiose. A pesquisa adotou delineamento observacional, descritivo e comparativo, utilizando dados do Inflammatory Bowel Disease Multi-omics Database (IBDMDB), Human Gut Microbiome Atlas e American Gut Project. As análises foram conduzidas em ambiente Python, com aplicação de normalização por abundância relativa, cálculo de diversidade alfa e beta, testes de abundância diferencial e construção de redes de co-ocorrência microbiana. Como resultados, observou-se que grupos com condições inflamatórias e metabólicas exibiram redução significativa na diversidade alfa e agrupamentos distintos na diversidade beta, confirmados por PERMANOVA. Foram identificados táxons diferencialmente abundantes, como a diminuição de Faecalibacterium prausnitzii e o aumento de Escherichia/Shigella em condições de disbiose, consistentes entre os repositórios analisados. As redes de co-ocorrência revelaram alterações na estrutura ecológica, com redução de interações e perda de espécies centrais em perfis de desequilíbrio. Conclui-se que a integração de múltiplas bases de dados permitiu identificar padrões microbianos robustos e reprodutíveis associados a estados patológicos, validando a disbiose como um fenômeno transcultural e técnico. Tais achados reforçam o potencial do microbioma como alvo para biomarcadores e estratégias terapêuticas personalizadas, além de destacar a viabilidade de abordagens baseadas em dados secundários para gerar hipóteses translacionais. O estudo contribui, ainda, com pipelines analíticos reprodutíveis e uma base comparativa ampliada para futuras investigações.

Biografia do Autor

Rayana Ariane Pereira Maciel, Centro Universitário Autônomo do Brasil

Possui Doutorado e Mestrado em Microbiologia, Parasitologia e Patologia (Área de concentração: Patologia/Nefrologia Experimental) pela Universidade Federal do Paraná - UFPR, Bacharelado em Biomedicina (Habilitação em Análises Clínicas) pelo UniBrasil. Atualmente é Coordenadora do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Autônomo do Brasil - UniBrasil. Leciona nos cursos de Biomedicina, Nutrição, Farmácia e Odontologia, nas disciplinas de Patologia, Imunologia, Microbiologia e Estágios Supervisionados, além de orientar Trabalhos de Conclusão de Curso. É docente do Curso de Pós Graduação Diagnóstico Laboratorial em Biologia Molecular. Revisor de periódicos no Cadernos da Escola de Saúde (ISSN 1984-7041). Possui experiência em todos os setores das Análises Clínicas, docência nas áreas Biológicas e da Saúde e projetos na linha de pesquisa em mecanismos celulares e moleculares da toxicidade urêmica, técnicas de cultivo celular, ELISA, imunocitoquímica e imunofluorescência, Western Blot, citometria de fluxo, ensaios de citotoxicidade e de permeabilidade celular.

Publicado
2025-11-25
Seção
Biomedicina

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