Microbioma Humano e sua relação com a Psoríase: uma revisão integrativa
Resumo
A psoríase é uma doença inflamatória crônica, de base autoimune, que afeta pele, unhas e, em alguns casos, articulações, apresentando impacto relevante na qualidade de vida dos pacientes. Estudos recentes têm demonstrado que o microbioma humano, em especial o intestinal e o cutâneo, pode desempenhar papel fundamental na modulação do sistema imunológico, influenciando o surgimento, a progressão e a gravidade da doença. Nesse contexto, investigar a interação entre microbioma e psoríase torna-se essencial para compreender os mecanismos fisiopatológicos e identificar possíveis alvos terapêuticos. O presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura, analisando evidências científicas que relacionam a composição microbiana com a manifestação clínica da psoríase. A metodologia adotada consistiu em levantamento bibliográfico em bases de dados como PubMed, Scielo e Google Acadêmico, utilizando descritores controlados e não controlados, considerando artigos publicados entre 2010 e 2025. Foram selecionados trabalhos que discutem tanto a alteração da microbiota intestinal quanto da microbiota cutânea, além de estudos que investigam estratégias de intervenção, como probióticos, prebióticos e mudanças no estilo de vida. Os resultados apontam que indivíduos com psoríase frequentemente apresentam disbiose, caracterizada pela redução de bactérias benéficas, como Lactobacillus e Bifidobacterium, e aumento de microrganismos potencialmente pró-inflamatórios, como Streptococcus e Staphylococcus aureus. Além disso, observa-se que a translocação de metabólitos microbianos pode intensificar a resposta inflamatória, contribuindo para a ativação desregulada de linfócitos T e produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α, IL-17 e IL-23. A revisão também destacou que abordagens terapêuticas baseadas na modulação do microbioma apresentam resultados promissores, podendo atuar como complemento aos tratamentos convencionais, como imunobiológicos e fototerapia. Conclui-se que compreender o papel do microbioma humano na psoríase abre novas perspectivas para a prática clínica e para o desenvolvimento de terapias inovadoras, ressaltando a importância de futuros estudos longitudinais e ensaios clínicos randomizados que consolidem essas evidências.
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