O PAPEL DA MICROBIOTA INTESTINAL NA PATOGÊNESE DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Palavras-chave: Disbiose; Lúpus; Intestino permeável; Microbiota intestinal

Resumo

A microbiota intestinal é composta por uma comunidade de microrganismos que desempenham papel essencial na homeostase do organismo. Contudo, o desequilíbrio dessa microbiota, conhecido como disbiose, tem sido associado à ativação exacerbada do sistema imunológico e ao desenvolvimento de doenças autoimunes, como o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Diante da relevância dessa relação, este estudo justifica-se pela necessidade de compreender como alterações microbianas influenciam os mecanismos imunológicos envolvidos na patogênese do LES. O objetivo foi analisar, por meio de uma revisão integrativa da literatura científica, o papel da microbiota intestinal no desenvolvimento e progressão do LES. A pesquisa foi realizada nas bases Europe PMC, BMC, Frontiers e ASM Journals, considerando artigos publicados entre 2015 e 2025, em inglês, que abordassem a interação entre microbiota intestinal e LES em humanos e modelos animais. Os resultados indicaram que a maioria dos estudos demonstrou redução da razão Firmicutes/Bacteroidetes, aumento de bactérias pró-inflamatórias, como Prevotella e Streptococcus, e diminuição de espécies benéficas, correlacionando-se com a maior atividade e gravidade da doença. Além disso, a disbiose intestinal mostrou-se associada à síndrome do intestino permeável (Leaky Gut), à ativação de vias inflamatórias mediadas por citocinas e à produção de autoanticorpos, reforçando sua contribuição para o agravamento do quadro clínico. A modulação da microbiota, com o uso de probióticos, simbióticos e metabólitos como o butirato, revelou potencial terapêutico ao restabelecer o equilíbrio microbiano e reduzir respostas inflamatórias. Conclui-se que a microbiota intestinal exerce influência significativa na patogênese do LES, podendo atuar tanto como biomarcador quanto como alvo para novas abordagens terapêuticas. No entanto, a literatura ainda é limitada e reforça a importância de estudos futuros que aprofundem essa interação e explorem intervenções baseadas na restauração da microbiota como estratégia no manejo do LES.

Biografia do Autor

Rayana Ariane Pereira Maciel, Centro Universitário Autônomo do Brasil

Possui Doutorado e Mestrado em Microbiologia, Parasitologia e Patologia (Área de concentração: Patologia/Nefrologia Experimental) pela Universidade Federal do Paraná - UFPR, Bacharelado em Biomedicina (Habilitação em Análises Clínicas) pelo UniBrasil. Atualmente é Coordenadora do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Autônomo do Brasil - UniBrasil. Leciona nos cursos de Biomedicina, Nutrição, Farmácia e Odontologia, nas disciplinas de Patologia, Imunologia, Microbiologia e Estágios Supervisionados, além de orientar Trabalhos de Conclusão de Curso. É docente do Curso de Pós Graduação Diagnóstico Laboratorial em Biologia Molecular. Revisor de periódicos no Cadernos da Escola de Saúde (ISSN 1984-7041). Possui experiência em todos os setores das Análises Clínicas, docência nas áreas Biológicas e da Saúde e projetos na linha de pesquisa em mecanismos celulares e moleculares da toxicidade urêmica, técnicas de cultivo celular, ELISA, imunocitoquímica e imunofluorescência, Western Blot, citometria de fluxo, ensaios de citotoxicidade e de permeabilidade celular.

Publicado
2025-11-25
Seção
Biomedicina

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