Uma análise afro-orientada do game “Contos de Ifá”
Resumo
O artigo reflete o atual estágio de uma pesquisa em andamento. Nesse esforço, se procura identificar e sistematizar elementos de um processo pedagógico acionado na produção do game Contos de Ifá. O jogo é uma criação coletiva, ainda em andamento, no terreiro Ilê Axé Oxun Karê, de matriz afro-indigena, localizado no bairro de Guadalupe, cidade de Olinda. Consideramos a existência de uma pedagogia da experiência – tensionada por processos de exclusão urbana, por políticas higienistas e pela organização científica da distribuição do trabalho – que exigem, se não o abandono da matriz de análise europeia, um reenquadramento do olhar de prospecção e de pesquisa.
Referências
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricity - The Theory of Social Change. NYC: Independent Publisher, 2003.
CESARINO, Letícia (2015). Estudos pós-coloniais da ciência e tecnologia: desafios e possibilidades. Anais da V Reunião de Antropologia da Ciência e da Tecnologia. Porto Alegre: 2015.
COLLINS, Patricia Hill. Black Feminist Thought, Knowledge, Consciousness and the politics of Empowerment. New York: Routledge, 2000.
COSTA JR., Luiz Carlos Pinto. Ações Coletivas com Mídias Livres - uma interpretação gramsciana de seu programa político. Tese de Doutorado em Sociologia apresentada à Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2010.
DA ROCHA, Aline Matos. A corporal(idade) discursiva à sombra da hierarquia e do poder: uma elação entre Oyěwùmí e Focault. Dissertação de mestrado em Filosofia apresentada à Universidade Federal de Goiás (2018).
HOOKS, bel. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação – Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
LAROSSA, Jorge. Tremores – Escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
LYOTARD, Jean-François. O pós-moderno. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.
NASCIMENTO, Abdias. O Quilombismo. 1a. ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2019.
NASCIMENTO, Elisa Larkin (Org.). Afrocentricidade - uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009
NOGUERA, Renato. Denegrindo a filosofia: o pensamento como coreografia de conceitos afroperspectivistas”. Amargosa: Griot - Revista de Filosofia, v.4, n.2, p. 1-19, 2011,
NOGUEIRA, Renato; BARRETO, Marcos. Infancialização, ubuntu e teko porã: elementos gerais para educação e ética afroperspectivistas. Rio de Janeiro: Childhood & philosophy Journal. v. 14, n. 31, 2018, p. 625-644.
NKWETO SIMMONDS, Felly. My Body, myself: How does a Black Woman do sociology?. (in) MIRZA, Heidi Safia (ed.). Black British Feminism. A Reader. Londres e Nova York: Routledge, 1997
OYĚWÙMÍ, Oyèrónké. Conceptualizing Gender: The Eurocentric Foundations of Feminist Concepts and the challenge of African Epistemologies. (in) ARNFRED, Signe; BAKARE-YUSUF, Bibi; KISIANG’ANI, Eduard Waswwa. African Gender Scholarship: Concepts, Methodologies and Paradigms. Dakar: Codesria, 2004.
____. Gender Epistemologies in Africa: Gendering Traditions, Spaces, Social Institutions and
Identities. New York: Palgrave, 2011.
____. The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourses. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1997.
PÓVOAS, Ruy do Carmo. Itan dos Mais Velhos. Ilhéus: Editora da UESC, 2004.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras.
SANTOS, Boaventura de Souza. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boiteempo, 2007.
STAUBLE, Irmingard. Entangled in the Eurocentric Ordes of Knowledge – Why psychology is difficult to decolonize. (in) VAN DEVENTER, Vasi; BLANCHE, Martin Terre; FOURIE, Eduard; SEGALO, Puleng. Citizen City – Between construtcting agent and desconstructed agency. Ontario: 2007
Copyright (c) 2021 Cadernos da Escola de Comunicação
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
