A vitória do “escolhido de Deus”

um encontro contraditório entre democracia e antigo regime nas Eleições de 2018

Resumo

Desde a última redemocratização, nos anos 1980, o movimento religioso evangélico segue com elevado crescimento no Brasil. Suas ações, além das tradicionais práticas religiosas, expandem-se à área política, principalmente, em duas frentes: ativa presença de lideranças religiosas no Congresso Nacional e a oportunidade de influenciar os votos de seus adeptos. O estudo objetiva refletir sobre a relação entre democracia e a afirmação de que Jair Bolsonaro seria o “escolhido de Deus” para a vitória da eleição presidencial em 2018. Analisamos dois vídeos nos quais Bolsonaro, recém eleito, se apresenta em cultos evangélicos agradecendo a vitória e reafirmando a influência divina neste resultado. Ressaltamos que a frase “escolhido por Deus” remete à crença de direito divino dos reis do Antigo Regime, um contraste aos conceitos atuais de democracia. A pesquisa indica a ocorrência de um sincretismo entre democracia e direito divino, paralelo ao sincretismo religioso que ocorre na corrente cristã neopentecostal.

Biografia do Autor

Aline Vaz, Universidade Tuiuti do Paraná

Doutoranda e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens da Universidade Tuiuti do Paraná. Bolsista Capes/Prosup. E-mail: [email protected]

Marcela Barba Santos, Universidade Federal do Paraná

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná. Graduada em Comunicação Institucional pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2014). Membro do Grupo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP). E-mail: [email protected]

Publicado
2023-03-27