ASSÉDIO, VIOLÊNCIA, ESTRESSE E BURNOUT NO TRABALHO ENTRE MÉDICOS DO ESTADO DO PARANÁ
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Resumo
Introdução: O regime de trabalho médico atualmente se caracteriza por ser estafante, com carga horária excessiva, expectativa exagerada, longas jornadas, plantões a distância, alta produtividade e baixa renda. Isso tem contribuído para o surgimento ou agravamento de doenças como o estresse e burnout. O assédio e a violência no trabalho agravam a situação. Objetivo: Avaliar a relação entre indicadores de estresse e burnout e sofrer assédio e/ou violência no trabalho, entre médicos do Paraná, BR. Método: Os participantes responderam online às questões referentes às escalas de estresse e burnout (ISE, ISB) e sobre terem sofrido ou não assédio/violência no trabalho. Resultados: a amostra foi composta por profissionais de distintas especialidades, localidades e modalidades de trabalho. Sintomas psicológicos e físicos de estresse estavam presentes em 97,5 e 93,4% dos participantes respectivamente; burnout foi estimado em 59,36%. Mais da metade (52,7%) referiu assédio moral e 53,7% violência física e/ou psicológica no trabalho; estes mostraram as maiores médias. As mulheres foram mais vitimadas e o assédio partiu principalmente da chefia, seguida de pacientes e de colegas. Conclusão: O elevado o percentual de profissionais que teriam sofrido assédio /violência no trabalho em diversos contextos, aliado aos indicadores de e\stresse e burnout na presente amostra, sugerem ambiente de trabalho inadequado e que necessita de mudanças para a promoção da saúde de médicos.
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