CHÁ DE TRINTA E SETE ERVAS: INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS E ROTULAGEM
Resumo
O chá de 37 ervas é composto por plantas medicinais com o objetivo de atuar no combate à obesidade inibindo o apetite, regulando os movimentos intestinais e diminuindo a ansiedade. O uso de plantas medicinais para fins terapêuticos é uma tradição de anos por populações e comunidades, mas na atualidade cuidados devem ser tomados quanto ao uso de chás. Muitas plantas medicinais podem gerar efeitos indesejados quando usadas concomitantemente a medicamentos alopáticos, as chamadas interações medicamentosas. Os princípios ativos presentes nas plantas medicinais podem atuar de três formas em processos de interações medicamentosas: anulando, aumentando ou modificando a ação terapêutica dos medicamentos alopáticos. A grande facilidade de obtenção das plantas medicinais faz com que o seu uso seja muito comum pela população, em destaque a população obesa. O uso dos fitoterápicos é algo com elevada complexidade, e o consumo deve ser preferencialmente por orientação de um profissional da saúde especializado. O presente trabalho tem como objetivo avaliar as possíveis interações medicamentosas e a rotulagem de amostra de chá de trinta e sete ervas comercializada em Pinhais no período de dezembro de 2018. As interações medicamentosas e os efeitos adversos das trinta e sete plantas que compõem a amostra foram levantados em livros e por meio da pesquisa em artigos científicos nas principais bases de dados: Scielo, PubMed, Elsevier, e EBSCO. A análise do rótulo da embalagem da amostra foi realizada através das legislações vigentes da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O estudo das interações medicamentosas possibilitou a verificação de que trabalhos sobre chás são importantes para prevenir possíveis problemas à saúde, pois diversas plantas medicinais apresentam interações com medicamentos alopáticos utilizados na terapia medicamentosa da população, principalmente a obesa. Na análise do rótulo da embalagem do chá de trinta e sete ervas foram verificadas diversas divergências, estando em desacordo com as resoluções da ANVISA em relação à rotulagem de chás. Conclui-se que estudos sobre os chás consumidos pela população devem ser frequentemente realizados, a fim de se evitar problemas relacionados às interações medicamentosas e efeitos adversos no uso de plantas medicinais. A rotulagem da amostra analisada não segue as determinações da ANVISA.