INFLUÊNCIA DO HÁBITO DE FUMAR EM DIFERENTES INDICADORES DE SAÚDE BUCAL

  • LEDA LAYANE PIOTO ROSA IC, Odontologia, UNIBRASIL
  • Stella Rodrigues Alves de Paula
  • Gisele Marchetti
  • Jullyana Mayara Preizner Dezanetti Hermeling
  • Romeu Cassiano Pucci da Silva Ramos
  • Giselle Emilãine da Silva Reis
Palavras-chave: alfabetização; saúde bucal; fumantes; tabagismo; indicadores básicos de saúde.

Resumo

Apesar do conhecimento sobre os efeitos do tabagismo na saúde bucal, fumar ainda é um vício prevalente, especialmente com a popularização do cigarro eletrônico entre os jovens. O objetivo desse estudo transversal observacional foi avaliar e comparar o efeito do hábito de fumar sobre o alfabetismo em saúde bucal e diferentes indicadores de saúde bucal. Foram incluídos 40 participantes, entre 19 e 75 anos, atendidos na Clínica Odontológica do UniBrasil, divididos em três grupos: 17 fumantes de cigarro convencional (42,5%), 10 fumantes de cigarro eletrônico (25%) e 13 não fumantes (32%), durante o período de 4 meses. O alfabetismo em saúde bucal foi avaliado pelo questionário validado BREALD. Variáveis sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade, renda e estado civil), nível de inserção clínica (NIC), profundidade de sondagem, índice de placa visível, índice de sangramento gengival, índice de higiene oral simplificada (IHO-S) e CPO-D foram avaliados. Os dados foram submetidos a análise estatística, através do software SPSS, com nível de significância de 5%. A variável dependente foi o hábito de fumar, utilizando o teste Exato de Fisher e o pós teste Mid-P para variáveis categóricas, para variáveis numéricas foi usado teste de Kruskall Wallis e teste de correlação de Pearson. Como resultados, foi verificada associação estatística entre o hábito de fumar e o estado civil (p= 0,001), onde indivíduos casados fumavam significativamente mais cigarro convencional que os solteiros (p= 0,0005) e os divorciados (p= 0,03), já os solteiros fumavam mais cigarro eletrônico que os casados (p= 0,031). Foi verificada associação entre a escolaridade e o hábito de fumar (p= 0,009), onde participantes com ensino fundamental fumavam mais cigarro convencional do que pessoas com ensino superior completo/incompleto (p= 0,03). Em contrapartida, pessoas com ensino superior completo/incompleto fumavam mais cigarro eletrônico do que pessoas com ensino fundamental (p= 0,04). Foi encontrada associação estatística entre idade e hábito de fumar (p< 0,001), em que participantes mais jovens fumavam significativamente mais cigarro eletrônico do que os mais velhos (p= 0,00006) e idades mais elevadas foram associadas ao uso de cigarro convencional (p= 0,001). Em relação aos escores de BREALD, verificamos que fumantes de cigarro convencional possuem significantemente menor Alfabetismo em Saúde Bucal (p= 0,025). Sobre os indicadores de saúde bucal, foram encontradas as seguintes associações, todas com indivíduos fumantes de cigarro convencional: maiores níveis de NIC (p= 0,035), maiores escores de IHO-S (p= 0,013) e maiores escores de CPO-D (p= 0,001). Não houve correlação entre a quantidade de cigarros utilizados/dia e indicadores de saúde bucal avaliados. Conclui-se que o cigarro convencional é associado a piores indicadores em saúde bucal, independente da quantidade de cigarros consumidos por dia. Além disso, o nível de alfabetização em saúde bucal se mostrou inferior nos fumantes.

Publicado
2023-11-01
Seção
Odontologia

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