AVALIAÇÃO DA DOR PÓS-OPERATÓRIA NO TRATAMENTO ENDODÔNTICO:UM ENFOQUE COMPARATIVO ENTRE SESSÃO ÚNICA E SESSÕES MÚLTIPLAS, CONSIDERANDO OS IMPACTOS DA ANSIEDADE
Resumo
O tratamento endodôntico costuma ser considerado de maneira negativa por muitos pacientes devido à suas associações com a dor, que tende a ser mais frequente e intensa em comparação com outros procedimentos odontológicos. Neste contexto, um estudo clínico randomizado e controlado foi conduzido com o objetivo de comparar a incidência e intensidade da dor pós-operatória entre terapia endodôntica em sessão única e múltipla. Além disso, buscou-se avaliar a relação entre ansiedade do paciente antes do tratamento endodôntico e sua percepção de dor, bem como examinar a dor pós-operatória em relação ao gênero do paciente nos períodos de 6 horas, 24 horas, 32 horas e 72 horas após o procedimento. Outros aspectos analisados incluíram a ansiedade em relação ao gênero do paciente e a comparação da ansiedade antes do tratamento endodôntico entre sessão única e múltipla. O tratamento endodôntico foi conduzido por estudantes do curso de odontologia do Centro Universitário Autônomo do Brasil, os quais receberam treinamento prévio na técnica empregada. Antes do procedimento, os pacientes que aceitaram participar foram submetidos ao inventário de ansiedade estado (IDATE-E) para avaliar seu estado de ansiedade no momento do tratamento endodôntico. A presença de dor foi registrada com “sim” ou “não”, e sua intensidade foi medida utilizando a Escala Visual Analógica (EVA), juntamente com o registro de qualquer medicação pós-operatória necessária. Os dados coletados foram submetidos a análise estatística, utilizando teste t de Student, Mann-Whitney, teste exato de Fisher, teste não paramétrico de Friedman e teste de Wald, os quais foram ajustados em um modelo de regressão logística. Os resultados mostraram que houve uma correlação entre o mecanismo operatória e a sessão única e múltiplas (p=0,02). Com relação a dor pós-operatória e suas variáveis não houve significância (p=1,0). Na comparação estatística dos momentos de avaliação (6, 24, 32 e 72 horas) em relação a escala EVA, em única e múltiplas sessões mostrou uma diferença significativa apenas nos grupos entre 6 e 24 horas sendo o valor de p=0,010 sendo o resultado significativo, e 6 a 72 horas p=0,001. Foi analisado a associação entre o gênero (feminino e masculino) correlacionando a ansiedade (IDATE-E) sendo a diferença estatística significativa (p=0,039). A pesquisa não encontrou diferenças no número de sessões em relação à presença de dor pós-operatória. A dor mais intensa ocorreu nas primeira 24 horas após o procedimento endodôntico, sendo mais forte em sessões múltiplas. Em sua sub amostra em relação a sessão única e múltiplas com relação a dor, não houve diferença estatística. Em relação ao gênero, mulheres apresentaram níveis mais elevados de ansiedade, possivelmente devido a maiores experiências traumáticas em atendimentos odontológicos. O uso de instrumentos mecanizados mostrou uma redução no tempo de trabalho, além de maior segurança e qualidade no atendimento.
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