Pensar Design

  • João Coviello

Resumo

O título deste livro é uma pergunta filosófica. Ela é filosófica porque é polêmica e discutível (no sentido de que se pode discutir). E, por ser filosófica, ela é aberta. Quero dizer: aberta ao pensamento (e não apenas ao conhecimento). Todos que estão no percurso do design podem algum dia topar com esta pergunta, mesmo que seja difícil de respondê-la. O subtítulo não só explica o objetivo dos autores, como também define uma postura, uma atitude, uma posição, já que uma indagação em três vozes dá a entender que esta pergunta não deve permanecer apenas no âmbito privado. Sendo assim, filosofar pressupõe uma interação com uma ou mais pessoas. Filosofar é dar lugar ao nosso pensamento, e, principalmente, é dar lugar ao pensamento do outro. Nada melhor, portanto, que uma conversa entre três pessoas para dar lugar ao pensamento do(s) outro(s). Por isto, o formato deste livro é seu maior trunfo. Ele inaugurou a série Filosofia do Design, da Editora 2AB. É uma ação inédita, que visa, como disse Mizanzuk na Introdução, “iniciar um diálogo entre o ‘fazer’ e o ‘pensar’ design” (p.11). Voltamos, então, para a palavra diálogo, cujo prefixo deriva da preposição grega diá que indica um movimento. Logos, sabemos, tem o sentido de razão, mas o primeiro sentido, para os gregos, foi de fala, linguagem, discurso. Podemos, então, definir diálogo como uma fala em movimento. Ora, a fala é a expressão do pensamento; portanto, diálogo é o pensamento em movimento. Eis o núcleo conceitual deste livro.

Publicado
2017-02-09