Editorial

  • Maura Martins

Resumo

Chegamos a mais uma edição da revista Cadernos da Escola da Comunicação, mantendo-os atrelados à proposta firmada em nosso escopo editorial: o de trazer aos pesquisadores uma abordagem inter e transdisciplinar sobre a Comunicação em seus processos, observando este atravessamento entre as esferas do conhecimento como uma realidade de nossa área de pesquisa. Neste sentido, nosso leitor será aqui contemplado por leituras atuais, construídas a partir de metodologias múltiplas, sobre os fenômenos comunicacionais que hoje se apresentam no cenário midiático.

 

Na abertura desta edição, apresentamos um texto elaborado por um autor convidado. O professor Rodolfo Stancki, em seu ensaio “Isso é falso?  Limites entre a ficção e a vida diária em uma fake news”, enfrenta o tema da proliferação de notícias falsas sob o olhar do conceito da zona crepuscular, proposta em sua tese de doutorado. Assim, sugere uma leitura das fake news a partir da permeação entre fato e ficção em uma mesma narrativa.

 

Em seguida, apresentamos o primeiro artigo da revista. Em “Rede Sul Platina do Futebol: Reconquista AM 1220 e RWI em metamorfose”, dos autores Cristiane Finger e Ciro Götz, parte-se dos conceitos de “propagação da mídia”, de Henry Jenkins, e “radiomorfose”, de Nair Prata, para estudar, sob o âmbito da convergência, as dinâmicas de trabalho de duas rádios – uma uruguaia e outra brasileira.

 

Na sequência, o artigo “A forma flexível e inclusiva de fazer jornalismo da Geração Z”, de Zanei Barcellos e Patricia Gil, que se volta a uma pesquisa-criação com os jornalistas da chamada Geração Z para verificar como eles lidam com as tecnologias digitais emergentes.

 

No terceiro artigo, intitulado “A periferia em pauta: uma pesquisa exploratória de conteúdo nas páginas do jornal popula Super Notícia”, de Mara Rovida Martini e Jennifer Lucchesi, atenta-se ao que chama de jornalismo periférico, investigando, por meio de uma pesquisa exploratória de conteúdo, se há um silenciamento de certas camadas periféricas da população mesmo dentro de um jornal tipo como popular.

 

Na quarta pesquisa apresentada nesta edição, os autores Juliane Martins, Letícia Salem Herrmann Lima e Ricardo Belinski discutem, no texto “A hibridização profissional como exigência para trabalhar na área da comunicação: análise de conteúdo de vagas divulgadas no LinkedIn”, uma leitura sobre o campo sob a ótica do mundo do trabalho e o hibridismo dos territórios profissionais. Investigam, portanto, a questão da empregabilidade na área da comunicação por meio de uma análise qualitativa de vagas divulgadas nesta rede social.

No quinto artigo, voltamo-nos à interface da comunicação com o cinema. No texto “O diálogo intertextual entre Woody Allen e Federico Fellini nos filmes ‘Alice’ (1990) e ‘Giulietta Degli Spiriti’ (1965), os autores Denize Araújo e Alexandre Silva Wolf, no qual investigam o conceito de intertextualidade, cunhada por Julia Kristeva, dentro da obra cinematográfica dos dois diretores.

 

Em seguida, o artigo “Contos da maternidade: as novas dinâmicas maternas na literatura brasileira contemporânea”, de Ana Luiza de Figueiredo Souza, observa o êxito editorial da obra “A teta racional”, de Giovana Madalosso, associando-a às reconfigurações da maternidade no Brasil contemporâneo e refletindo sobre as mudanças nas práticas e valores associados ao tema.

 

O sétimo trabalho tange a interface da área comunicacional e a cultura: em um artigo intitulado “Grandes marcas e o imaginário social da velhice”, os autores Álvaro Nunes Larangeira e Jeaniel Magno investigam a noção de velhice a partir do imaginário trazido em cinco campanhas publicitárias de grandes marcas, identificando os estereótipos vinculados a esta faixa etária.

 

Por fim, o artigo “Discussão política no Facebook: análise dos comentários no post do MBL sobre fiscalização de Crivella das HQs na Bienal do Livro”, do autor Gabriel Alexandre Bozza, propõe uma análise de conteúdo para investigar as reações públicas no caso do recolhimento dos exemplares da revista “Vingadores, a cruzada das crianças”, na referida Bienal. Propõe, assim, um mapa com seis categorias e 19 subcategorias que abrangem os retornos trazidos pelos internautas ao tema proposto.

 

Para encerrar, registramos aqui que a Revista Cadernos Escola da Comunicação foi reclassificada com o qualis A2, emitido pela CAPES, o que nos confere ainda mais seriedade e responsabilidade quanto às pesquisas divulgadas em nossas edições. Agradecemos, para isso, o trabalho essencial feito pelo corpo científico da revista, formado por pesquisadores do país todo, que avaliam as submissões por um sistema de double blind review e garantem que ela seja construída a partir de avaliações rigorosas.

Publicado
2020-08-03