A ciência e os jogos olímpicos

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Camila Aparecida Moraes Marques
Camile Luciane da Silva
Tais Glauce Fernandes de Lima Pastre

Resumo

Os Jogos Olímpicos são na atualidade um dos maiores eventos da Era Moderna, cenário das mais notáveis performances humanas, adquiriu grandes proporções econômicas, sociais e políticas.  No decorrer dos anos várias modalidades foram incluídas e, atualmente, somam-se o total de 42 esportes diferentes com a participação de atletas de alta performance do mundo todo, exigindo dos preparadores e treinadores estudo e desenvolvimento de técnicas que melhorem a cada nova olimpíada o rendimento destes atletas, aliando ciência, genética e saúde. Atualmente, o aspecto mais marcante, em relação as performances dos atletas são as competições, onde a vitória é definida por centésimos de segundos, em modalidades como atletismo e natação; disputas de força, como levantamento de peso e a precisão de movimentos, representado na ginástica olímpica artística e saltos ornamentais. São indivíduos que desafiam a gravidade, o tempo e a distância e, com o apoio de pesquisas nas áreas de fisiologia, fisiologia do exercício, medicina e nutrição esportiva e aproveitam os avanços das técnicas e equipamentos, conceituando uma nova área chamada de “Ciência do Esporte”, que permite o surgimento de recordes olímpicos, potencializando habilidades.

A descoberta de talentos para determinada modalidade é o primeiro fato positivo que passou a ser estudado e desenvolvido, demonstrando que o biotipo do indivíduo está relacionado com seu desempenho da prática esportiva. Atletas de alto nível e patrocinados financeiramente, se encontram em uma categoria privilegiada, têm acesso as novas tecnologias, profissionais de ponta na área chamados de “cientistas do esporte” e recursos restritos para o desempenho esportivo. Ser um atleta olímpico exige, além do empenho pessoal, uma equipe de profissionais que analisam aspectos nutricionais, técnicos, táticos, psicológicos, fisiológicos e biomecânicos propiciando o melhor rendimento, redução de lesões e levando a alta performance. Para um atleta chegar ao nível olímpico, são necessárias pesquisas para aprofundar e fundamentar seus protocolos de treinamento auxiliando o desenvolvimento muscular e metabólico durante a prática esportiva. Além disso, a evolução da ciência do esporte vem associada ao desenvolvimento tecnológico de equipamentos, acessórios, suplementos alimentares que, associados ao treinamento, propiciam a chegada ao rendimento máximo.

Todo este desenvolvimento cientifico-tecnológico da ciência do esporte ainda se torna mais relevante com a criação dos Jogos Paraolímpicos – evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência física – que ocorre logo após o término das Olimpíadas, e responsável por uma grande revolução na medicina esportiva, devido a ações conjuntas visando o desenvolvimento do esporte para estes indivíduos. Para os atletas paraolímpicos foi necessário o desenvolvimento de equipamentos que garantissem uma boa performance, melhorando sua mobilidade e, inclusive, com estes avanços, melhorando a interação deles com o restante da sociedade. No contexto sociocultural os Jogos Olímpicos retratam a diversidade, a valorização da cultura local, proporcionam a interação social e possibilita que a população tenha conhecimento do universo esportivo. É o momento em que a cultura esportiva é valorizada, reconhecida e apropriada.

As Olimpíadas possibilitam avanços científicos significativos no progresso de desenvolvimento da sociedade em geral. Pois permite a interação entre a teoria e a prática, demonstrada perfeitamente nos estudos desenvolvidos pela Ciência do Esporte, que tornam-se aliados na preparação de um atleta olímpico. Somando-se a isso, pesquisas demonstram que o treinamento físico dos portadores de alguma deficiência, além de melhorar a qualidade de vida, também a prolonga. Portanto, a contribuição dos Jogos Olímpicos descrita numa perspectiva científica-tecnológica-social representa crescimento para a sociedade como um todo, somando os avanços dos estudos de parâmetros fisiopatológicos e clínicos e a interação cultural e coletividade para a promoção da melhoria na qualidade de vida dos indivíduos. Contudo, existe a perspectiva denominada como a dimensão inumana do esporte, que deve ser questionada e discutida, em episódios polêmicos de doping ou condutas antidesportivas, percebe-se que o esporte de rendimento potencializa a busca incessante pela vitória, o que banaliza os riscos lesivos a saúde.  Este cenário controverso dos Jogos Olímpicos é discutido incessantemente por profissionais da área da saúde, sociólogos e antropólogos, visto o impacto social de um evento de contexto mundial.

Entretanto, é preciso compreender que um grande evento esportivo é o cenário concreto para o desenvolvimento de pesquisas, idealização de projetos e reflexões sobre o indivíduo. Para além da dimensão técnica do esporte, seja em um evento ou no cotidiano da vida da população, possibilita o desenvolvimento bio-psico-social, promove condições reais de pensar o indivíduo nas diferentes realidades da vida e consequentemente nos permite melhorar como atletas ou como cidadãos.

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Como Citar
Marques, C. A. M., Silva, C. L. da, & Pastre, T. G. F. de L. (2017). A ciência e os jogos olímpicos. Cadernos Da Escola De Saúde, 2(16). Recuperado de https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/cadernossaude/article/view/2459
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Carta ao Editor