TESTES FENOTÍPICOS PARA A DETECÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE CARBAPENEMASES EM Enterobacterales ISOLADAS DE HEMOCULTURAS DE PACIENTES ONCOLÓGICOS PHENOTYPIC TESTS FOR DETECTION AND DIFFERENTIATION OF CARBAPENEMASES IN Enterobacterales ISOLATED FROM BLOOD OF CANCER PATIENTS

Conteúdo Principal do Artigo

Aline Correia do Nascimento
Vitória Talita Reichardt
Jannaina Ferreira de Melo Vasco
Luiza Souza Rodrigues

Resumo

Pacientes oncológicos são especialmente suscetíveis ao desenvolvimento de infecções bacterianas. Um agravante desta situação é a emergência da resistência bacteriana associada ao esgotamento de recursos farmacológicos no combate a infecções hospitalares. Neste contexto, destaca-se a resistência aos beta-lactâmicos associada à produção de enzimas tipo beta-lactamases pela família Enterobacterales, que se tornou um problema de saúde pública em todo o mundo. O objetivo do estudo foi detectar e diferenciar por métodos fenotípicos, enzimas do tipo serina e metalo-betalactamase em enterobactérias isoladas de hemoculturas de pacientes oncológico. Este estudo utilizou enterobactérias previamente isoladas de hemocultura coletadas durante o período de um ano, a partir de setembro de 2015, identificadas e avaliadas quanto ao perfil de suscetibilidade aos carbapenêmicos. Todos os isolados intermediários ou resistentes ao ertapenem, meropenem ou imipenem foram incluídos no estudo e avaliados quanto à possível produção de carbapenemase pelas técnicas mCIM e eCIM. Dos 18 isolados incluídos, 14 estavam viáveis para a realização dos testes. Destes, quatro foram positivos no teste mCIM, sugerindo a produção de carbapenemase pelas bactérias testadas, e nenhuma foi positiva no eCIM, excluindo assim tratar-se de metallo-betalactamases. A disseminação dos mecanismos de resistência à classe dos antibióticos carbapenêmicos, especialmente entre os bacilos Gram-negativos, é preocupante, entretanto sua ocorrência é variável entre os serviços de saúde. Este estudo reforça a importância de conhecer a epidemiologia local quanto ao perfil de suscetibilidade dos isolados bacterianos e a investigação dos possíveis mecanismos de resistência, a fim de estabelecer medidas de controle e terapias empíricas adequadas ao perfil hospitalar.

Detalhes do Artigo

Como Citar
Correia do Nascimento, A., Talita Reichardt, V., Ferreira de Melo Vasco, J., & Rodrigues, L. S. (2020). TESTES FENOTÍPICOS PARA A DETECÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE CARBAPENEMASES EM Enterobacterales ISOLADAS DE HEMOCULTURAS DE PACIENTES ONCOLÓGICOS: PHENOTYPIC TESTS FOR DETECTION AND DIFFERENTIATION OF CARBAPENEMASES IN Enterobacterales ISOLATED FROM BLOOD OF CANCER PATIENTS. Cadernos Da Escola De Saúde, 19(1), 40-49. Recuperado de https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/cadernossaude/article/view/5299
Seção
Artigo Original

Referências

1- THULER, L. C. S. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: Inca, 2011, p. 7.
2- OLIVEIRA, M. M; MALTAI, D. C; GUAUCHE, H; MOURA, M; AZEVEDO, G. Estimativa de pessoas com diagnóstico de câncer no Brasil: dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Rev bras epidemiol. 2015; 18 (2): 146-157.
3- LEITE, M. A. C; NOGUEIRA, D. A; TERRA, F. S. Avaliação da autoestima em pacientes oncológicos submetidos a tratamento quimioterápico. Revista Latino-Americana de Enfermagem, nov.-dez. 2015; 23 (6): 1082-9.
4- SIQUEIRA-BATISTA, R; GOMES, A.P; CALIXTO-LIMA, L; VITORINO, R.R; PEREZ M. C. A; MENDONÇA, E. G; et al. Sepse: atualidades e perspectivas. Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23 (2): 207-216.
5- SNYDMAN, DAVID R.. Infecções Nosocomiais e Iatrogênicas. In: Schaechter, Moselio; Engleberg, N. Cary; Eisenstein, Barry I.; MEDOFF, Gerald. Microbiologia Mecanismos das Doenças Infecciosas. ed.3ª. Rio de Janeiro: Guanabara Koogans S.A., 2002, c. 72, p. 589.
6- GUILARDE, A. O; TURCHI M. D; MARTELLI, C. M. T ; ET AL. Bacteremias em pacientes internados em hospital universitário. Rev Assoc Med Bras 2007; 53(1): 34-8.
7- ALVES, L. N. S; OLIVEIRA, C. R; SILVA L. A. P; GERVÁSIO, S. M. D; ALVES , S. R. Hemoculturas: estuda da prevalência dos microrganismos e o perfil de sensibilidade dos antibióticos utilizados em unidade de terapia intensiva. São José dos campos – SP, 2012.
8- LAVAGNOLI, S. L; BASSETTI, B. R.; KAISER, T. D. L.; KUTZ ,K.M.; CERUTTI C.J.R. Fatores associados à aquisição de Enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos, Rev. Latino-Am. Enfermagem Artigo Original 2017;25:e2935.
9- VIEGAS, D. M; SOARES, V. M. Prevalência de carbapenemases em enterobactérias com sensibilidade diminuída aos carbapenêmicos isoladas em um hospital de referência terciária. J. Bras. Patol. Med. Lab. 54 (2): 95-98.
10- PAGÈS, J. M; JAMES, C. E; WINTERHALTER, M. The porin and the permeating antibiotic: a selective diffusion barrier in Gram-negative bacteria. Nat Rev Microbiol. 2008 .
11- DEL FRANCO, M.; PAONE, L.; NOVATI, R.; GIACOMAZZI, C. G.; BAGATTINI, M.; GALOTTO, C. et al. Molecular epidemiology of carbapenem resistant Enterobacteriaceae in Valle d’Aosta region, Italy, shows the emergence of KPC- 2 producing Klebsiella pneumoniae clonal complex 101 (ST101 and ST1789). BMC Microbiol. [Internet]. 2015.
12- TALLY, F. P., Estratégias para o Combate às Infecções Bacterianas. In: Schaechter, Moselio; Engleberg, N. Cary; Eisenstein, Barry I.; Medoff, Gerald. Microbiologia Mecanismos das Doenças Infecciosas. ed.3ª. Rio de Janeiro: Guanabara Koogans S.A., 2002, c. 30, p. 248.
13- ANDRADE, L. N; DARINI, A. L. C., Mecanismos de resistência bacteriana aos antibióticos. Curso Básico de Antimicrobianos Divisão de MI – CM – FMRP-USP.
14- TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L., Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 894 p, 2006.
15- BARBOSA L. A; LATINI, R. O. Resistência bacteriana decorrente do uso abusivo de antibióticos. Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix – Campus Praça da Liberdade.
16- Y, Y.E ; LIJUAN, X.U, YANPING H. A. N; CHEN, Z. H. E; CAILIN, L.; E MING, L. Mecanismo para resistência a carbapenemas de isolados clínicos de Enterobacteriaceae.. Departamento de Laboratório Clínico. República Popular da China, 19 de outubro de 2017.
17- MANUAL DE ANTIBIOGRAMA. Laborclin Produtos para Laboratórios Ltda. Revista 14, 06-2018. p 31, 43.
18- DJ ROSSI, RECHENCHOSKI DZ, VIVAN ACP, et al. Evolution da resistência de Klebsiella pneumoniae no Hospital Universitário de Londrina no período de 2000 a 2011. Semina CiencBiol Saúde. 2015; 36 (1): 267-74.
19- PAPPA-WALLACE PM, ENDIMANI A, TARACILA MA, BONOMO RA. Carbapenems: Past,Present and Future. Antimicrob Agents Chemother. 2011 Nov; 55(11): 4943–4960.
20- CLINICAL LABORATORY STANDARDS INSTITUTE (CLSI). Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing. Documento: M100-ED 29, Jan 2019.
21- UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO.Carbapenêmicos (beta-lactâmicos). Curso Básico de Antibiograma. São Paulo, p. 3-4.
22- PASCHOAL, R. P. S; NOVAS, S. M. C. M., PICÃO, R. C., Cronologia da emergência global de carbapenemases em bacilos gram-negativos. Saber Digital, [S.l.], v. 10, n. 2, p. 43-61, fev. 2018. ISSN 1982-8373.
23- AMBLER, R. P., The structure of β-lactamase.Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences, v.289, p.321-331, 1980.
24- ABRANTES, J. A., NOGUEIRA, J. M. R., Utilização de testes fenotípicos para a pesquisa de carbapenemases em enterobactérias: uma ferramenta para orientação clínica. Revista Brasileira de Análises Clínicas – RBAC. 2017; 49(3):240-4.
25- PIERCE V. M. et al. Modified Carbapenem Inactivation Method for Phenotypic Detection of Carbapenemase Production among Enterobacteriaceae. Journal of Clinical Microbiology, v. 55, n. 8, p. 2321-2333, Apr. 2017. Disponivel em: shttps://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28381609. Acesso em: 21 jun. 2019. DOI TO1128/JCM.O0193-13.
26- RODRIGUES, K. C. S., Estudo da influência do ph e da temperatura na produção de ácido clavulânico por Streptomyces clavuligerus em biorreator convencional. Universidade federal de são joão del-rei programa de pós-graduação em tecnologias para o desenvolvimento sustentável, 2015. pag 19-20.
27- SANTANA, R. C; Antibióticos beta-lactâmicos. Curso Básico de Antimicrobianos Divisão de MI – CM – FMRP-USP. pag 3.
28- WALSH, T.R. The emergence and implications of metallo-βlactamases in Gram-negative bacteria. Clin. Microbiol. Infect., v.11, suppl.6, p.2-9, 2005b.
29- ABRANTES, J.A; NOGUEIRA, J.M.R. Utilização de testes fenotípicos para a pesquisa de carbapenamases em enterobactérias: uma ferramenta para orientação clínica. ENSP/Fiocruz – Rio de Janeiro 2017.
30- GONÇALVES, B; Incidência de Enterobactérias produtoras de beta lactamase de espectro ampliado isoladas de hemoculturas. Unibrasil – 2016.
31- MACHIOSKI, K; Perfil de suscetibilidade aos carbapenêmicos em cepas isoladas de hemocultura de pacientes atendidos em hospital oncológico de Curitiba. Unibrasil – 2017.
32- LACERDA, L. L; SILVA, R. S; PAIVA, M. C., Detecção de carbapenemases por métodos fenotípicos em isolados clínicos de Enterobácterias. UFSJ -2018.
33- RIOS. V. M.; ALMEIDA. M. T. G., Carbapenemases: Um Problema em Evolução. São José do Rio Preto, Set, 2015.
34- SIQUEIRA, C. G; Avaliação do teste Carbapenem Inactivation Method (CIM) na detecção de carbapenemases em Enterobactérias. UFRGS – 2016.
35- RIBEIRO, V. B; Detecção de resistência aos carbapenêmicos e avaliação da produção de klebsiella pnemoniae carbapenemase (kpc) em isolados clínicos da família enterobacteriaceae. UFRGS – 2013.

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)