MANEJO ALIMENTAR E AMBIENTAL DE ANFÍBIOS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

  • Vinicius Lima dos Santos unibrasil
  • Caio Caio Henrique de Oliveira Carniatto
  • Lew Kan Sprenger
Palavras-chave: amphibia; anura; manejo ambiental; manejo alimentar; medicina zoológica.

Resumo

Anfíbios são animais muito sensíveis a mudanças no ambiente no qual são criados, como recintos, tanques, terrários e aquários; assim, pequenas alterações nos parâmetros químicos podem ser prejudicais para sua saúde. Este resumo tem como objetivo comentar aspectos de manejo fundamentais para a qualidade de vida de anfíbios criados em cativeiro. Um dos principais parâmetros que devem ser constantemente monitorados é a temperatura, pois os anfíbios não conseguem regular a temperatura corporal, exigindo acompanhamento médico-veterinário para manter condições térmicas favoráveis no cativeiro.  Outro fator de manejo importante é a nutrição. De uma maneira geral, para a alimentação destes animais (essencialmente os Anura, sapos, rãs e pererecas), a alimentação inicia-se após o 4º dia de eclosão, onde os filhotes começam a se alimentar de algas e microcrustáceos. Em seguida, na fase de girino, pode-se incluir frutas, tubérculos e até resíduos de abatedouros na dieta. Por fim, na fase jovem e adulta, deve-se realizar uma alimentação rica em proteína animal, incluindo insetos. O fornecimento de alimento no recinto deve ser planejado para evitar a presença de alimentos não ingeridos e os próprios excrementos, pois estes compostos podem criar um ambiente propício para o crescimento bacteriano, podendo alterar as estruturas químicas da água e do ar. Quanto a densidade de indivíduos mantidos no mesmo ambiente, o canibalismo pode estar presente, portanto, deve-se realizar a separação dos animais por tamanho. Além dos Anura, uma espécie que vem se destacando como animal de estimação no Brasil devido ao comportamento dócil é o axalote. Assim como no manejo de outros anfíbios, a espécie exige excelentes padrões físico-químicos, incluindo água calma e limpa, com tolerância de variações no pH (entre 6,5 e 8,0, preferencialmente entre 7,4 e 7,6). Seu alimento deve ser macio e pequeno, e que afunde e não boie. O substrato deve ser formado por areia fina ou pedras grandes, evitando a ingestão de corpo estranho e casos de obstrução, potencialmente fatais. Deve-se também evitar manter peixes e axalotes no mesmo aquário, pois os peixes podem, por curiosidade, lesionar as brânquias dos axalotes. Considerando o exposto, o médio-veterinário é o profissional responsável pelo manejo e sanidade de animais silvestres em cativeiro, portanto, é necessário manter-se atualizado em assuntos relacionados a medicina de animais silvestres, incluindo clínica, cirúrgica, etologia e nutrição.

Publicado
2023-10-31
Seção
Medicina Veterinária

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