REPRODUÇÃO DE RÉPTEIS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Resumo

Os répteis foram os primeiros vertebrados independentes de água para a reprodução, sendo reconhecidos como os primeiros amniotas. Estas espécies possuem fecundação interna e a grande maioria é ovípara. Seu ciclo reprodutivo é sazonal e o acasalamento costuma acontecer em épocas quentes. Crocodilianos e tuatara possuem determinação sexual por temperatura, e em escamados essa característica evoluiu independentemente em algumas linhagens. O cuidado parental com o ninho e os ovos acontece em todos os crocodilianos e em alguns escamados. O cuidado com os filhotes, contudo, é raro. Crocodilianos tem como fator determinante na reprodução a temperatura ambiental, que estimula o desenvolvimento ou retração das gônadas por meio de ação hormonal. A termorregulação comportamental é essencial ao bom desenvolvimento das gônadas no período pré-reprodutivo nesses animais e há competição por lugares ao sol nessa época. Fêmeas mais abaixo na hierarquia podem ter um desenvolvimento folicular inadequado ou não apresentar estro se não conseguirem termorregulação adequada. Por serem animais mais sociais que os outros répteis, há maior influência da hierarquia na determinação de quais animais irão reproduzir em um grupo. Nos escamados, uma característica marcante é o hemipênis exteriorizável, invaginado em uma bolsa na base da cauda. Em ofídios, a cauda dos machos é proporcionalmente maior do que a de fêmeas, portanto, a sexagem pode se dar pela evasão do hemipênis ou a inserção de sonda de ponta romba na cloaca (em machos penetra mais profundamente na base da cauda). Em lagartos, algumas espécies possuem características externas que ajudam na sexagem, como bulbo peniano e poros femorais. Alguns lagartos apresentam viviparidade, enquanto outras espécies são partenogênicas. Os quelônios apresentam como particularidade um longo período para atingir a maturidade sexual, predispondo algumas espécies à extinção. Além disso, há estudos que indicam uma forte correlação entre o comprimento dos telômeros em células sanguíneas e a eficiência reprodutiva do indivíduo, podendo isso ser usado como um marcador de capacidade reprodutiva. Quelônios marinhos tem hábitos particulares de reprodução, como a migração por elevadas distâncias para desova, sempre no mesmo local. A preservação dos ninhos nos bancos de areia é essencial para garantir a segurança das espécies marinhas. A respeito dos ovos dos répteis, não apresentam chalaza para estabilizar o vitelo, sendo de vital importância a não rotação deles em caso de manipulação. Também é importante realizar manipulações sempre de luva e evitar lavagem. A casca dos ovos é porosa e serve para proteção mecânica, meio de trocas gasosas e de trocas de água com o ambiente. Em ofídios, a casca não apresenta grande mineralização e é flexível, além de possuir formato alongado. Parâmetros adequados na incubação são essenciais para a viabilidade do embrião, podendo a falta de atenção nesse ponto levar a malformações congênitas e morte embrionária.