Conservação e Preservação de Anfíbios

Resumo

Por conta da alta supressão da vegetação nativa e consequentemente a perda de habitat, os anfíbios vêm enfrentando declínios populacionais e extinções em diversos ecossistemas no planeta. No Brasil, um dos principais fatores que afetam as populações e a sanidade dos anfíbios na Mata Atlântica é o aumento expressivo no crescimento populacional humano, intensificando a fragmentação deste bioma. No Cerrado, nota-se a tendência da expansão deste bioma para áreas ao norte no Brasil, desequilibrando áreas naturais, podendo comprometer a riqueza de espécies de anfíbios no país. Estudos indicam que, atualmente, o planeta está vivendo a sexta onda de extinção em massa dos anfíbios, sendo as cinco anteriores naturais, diferente da sexta que é consequência das ações antrópicas. A crescente importância que vem sendo dada a programas ambientais de conservação, em ambiente natural ou em cativeiro, justifica as pesquisas em comportamento animal, como contribuição para o desenvolvimento de técnicas mais adequadas à conservação de espécies. A manutenção de populações saudáveis e crescentes também é uma preocupação em outros países. No México, pesquisas vêm sendo conduzidas a fim de se conhecer as exigências ecológicas do axalote Ambystoma mexicanum, uma salamandra comum como animal de estimação em vários países. A importância vista na comercialização de axalotes é que por ela nota-se diversos fatores responsáveis pela diminuição da sua população, como a perda de habitat derivada da urbanização de cidades mexicanas, poluição da água, caça predatória e introdução de espécies invasoras. O governo mexicano, visando conservar a espécie, investe na restauração ambiental e no ecoturismo, encorajando viajante a contemplar axalotes na natureza. Além de problemas ambientais, nas últimas décadas vê-se o aumento na incidência de doenças fúngicas, como o fungo Batrachochytrium dendrobatidis, que vem dizimando populações naturais de anfíbios no Brasil, seja pela alta patogenicidade, seja pela baixa qualidade sanitária destes animais na natureza. Nesse sentido, grupos de pesquisa devem ser criados e fortalecidos com o objetivo de promover estudos sobre a medicina e a ecologia de anfíbios, contribuindo na educação ambiental, conservação de áreas naturais e proteção das espécies.