CONTENÇÃO QUÍMICA DE ANFÍBIOS: REVISÃO

  • Otto Nelson da Silva de Oliveira UNIBRASIL
  • Caio Henrique de Oliveira Carniatto
  • Lew Kan Sprenger
Palavras-chave: amphibia; anestesia; medicina zoológica; sedação.

Resumo

O conhecimento técnico-científico sobre clínica médica e cirúrgica de anfíbios ainda é escassa, visto que no Brasil é mais recorrente e estudada a ordem Anura, que inclui sapos, rãs, gias e pererecas. Somente no Brasil são mais de 900 espécies encontradas, e quase 6.000 espécies conhecidas no mundo. Em algumas situações é necessária a contenção química destes animais para procedimentos como cirurgias e exames. Alguns fatores são importantes de se observar antes de sedar/anestesiar um animal, como uma anamnese bem detalhada, qual procedimento será realizado, onde será realizado, qual o tempo de duração, qual será o tempo de recuperação e quais as necessidades de preparo. Através de uma revisão de literatura, consultou-se artigos científicos, revisões de literaturas, guias de anestesia e analgesia, dissertações e monografias para o levantamento de informações sobre os fármacos utilizados na contenção química de anfíbios, seus efeitos e vias de administração. A via de imersão é de boa utilização, pois o tegumento altamente vascularizado de um anfíbio é capaz de absorver diferentes anestésicos a uma taxa que pode fornecer anestesia cirúrgica. No método de imersão pode ser utilizado MS-222 (Tricaína Metano Sulfonato), Propoxato, Orajel®, Isoflurane, Eugenol, Clorobutanol, Benzocaína, álcool etílico, Pentobarbital, mentol e propofol. Na forma tópica, foram encontrados relatos da utilização de mentol, benzocaína e isoflurano, enquanto na forma parenteral identificou-se o uso de alfaxalona-alfadolone; contudo, alguns anfíbios podem ser extremamente sensíveis ou resistentes a quetamina. Na via inalatória, anestésicos como Isoflurano e Sevoflurano podem ser utilizados por métodos convencionais inalatórios ou por borbulhamento direto na água. Também há relatos do uso de isoflurano em forma tópica, solução de 3,5 ml de k-y gel + 1,5 ml de água + 3 ml de isoflurano e por gotejamento em regiões dorsais durante procedimentos. Apesar de haver vários anestésicos e sedativos no mercado, antes de qualquer procedimento se deve sempre se atentar aos riscos anestésicos, fatores biológicos e fisiológicos da espécie e priorizar a saúde e bem-estar do paciente.

Publicado
2023-10-31
Seção
Medicina Veterinária

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