SUICÍDIO: UM ESTUDO SOB A PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA ANALÍTICA

Resumo

Suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial e não deve ser debatido de forma reducionista. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, caracterizando um importante problema de saúde pública. Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (Brasil, 2021), o número de óbitos por suicídio vem aumento ao longo dos anos, destaca-se o aumento significativo nos óbitos entre os jovens de 15 a 29 anos, sendo a quarta causa de morte (WHO, 2021). Sendo assim, compreende-se a importância da problematização desses eventos e a contribuição de informações que possam possibilitar a desmistificação dos estigmas envolvidos nos fenômenos dessas ocorrências, além disso, apoiar com reflexões de enfrentamento, promoção e prevenção. O presente estudo objetiva uma revisão bibliográfica dos trabalhos científicos na psicologia analítica acerca do tema. A metodologia de pesquisa se deu por meio de levantamentos de trabalhos científicos, como: teses, dissertações e artigos científicos, através dos bancos de dados: Capes, Scielo e Google Acadêmico, considerando os trabalhos realizados nos períodos de janeiro de 2015 a junho de 2023 na língua português, utilizando as seguintes palavras-chaves: “Jung e suicídio”; “Tentativa de suicídio e Jung”; “Psicologia Analítica e o suicídio”; “Tentativa de suicídio e a Psicologia Analítica”; “O simbólico e a tentativa de suicídio”. Como resultado, foi obtido, de acordo com o crivo selecionado para a pesquisa, uma quantidade de 9 periódicos e uma dissertação. De maneira que, os trabalhos analisados apresentaram os argumentos, como: processo de individuação, conflitos entre a persona e sombra, morte como uma alternativa de morte simbólica e não como uma morte física. A psicologia analítica desenvolvido por Carl Gustavo Jung, busca empreender o processe de individuação por meio de uma comunicação viva entre o inconsciente e seus conteúdos. Desta forma, o processo de individuação se dá por meio da integração dos processos criativos do inconsciente, ou seja, a interpretação simbólica dos seus conteúdos que são projetados na consciência. A psique é criativa e está em constante mudança, logo, produzindo novos símbolos e significados: e um constante alternar-se entre vida e morte. Jung não dedicou especificamente seus estudos sobre o tema do suicídio, mas buscou olhar o suicídio como um ato simbólico da psique.  A OMS (2021) considera o suicídio como um problema de saúde pública e prura visibilizar o tema com estratégias de promoção e intervenção, por meio de: cartilhas, campanhas e dados de suicídio. No entanto, existem poucos trabalhos científicos sobre a psicologia analítica e o suicídio. Nos trabalhos analisado, percebe-se o valor simbólico no ato de morrer, pois, o indivíduo normalmente não está buscando uma morte física, mas uma morte simbólica, por essa razão, sugere-se novos estudos sobre essa temática e assim contribuir com a desmistificação do suicídio.