PREVALÊNCIA, REPERCUSSÕES METABÓLICAS E TÉCNICAS CIRÚRGICAS ASSOCIADAS À ESPLENECTOMIA EM CÃES
Resumo
A esplenectomia em cães tem sido amplamente estudada devido às suas implicações clínicas, metabólicas e imunológicas. Este conjunto de investigações buscou compreender a prevalência das doenças esplênicas, as consequências fisiológicas da retirada total ou parcial do baço e a viabilidade de técnicas cirúrgicas menos invasivas. O estudo retrospectivo conduzido no Hospital Veterinário do Restelo, envolvendo 91 cães submetidos à esplenectomia total e análise histopatológica subsequente, evidenciou maior prevalência de doenças não neoplásicas, embora o hemangiossarcoma tenha sido o diagnóstico mais comum. Verificou-se que a anemia e a trombocitopenia correlacionaram-se com prognóstico reservado e menor sobrevida, ressaltando a importância de parâmetros clínicos para decisões terapêuticas. Complementarmente, experimentos realizados no Brasil analisaram os efeitos metabólicos e cirúrgicos da esplenectomia. Em um estudo experimental com 38 cães, a esplenectomia total induziu aumento significativo do colesterol total, HDL e LDL, enquanto os triglicerídeos e VLDL permaneceram estáveis, ao passo que a preservação parcial do baço (hemiesplenectomia ou esplenectomia subtotal) preveniu alterações lipídicas relevantes, demonstrando papel do órgão na regulação do metabolismo lipídico. Outro trabalho avaliou a esplenectomia subtotal laparoscópica em 14 cães, comparando-a à via aberta. O procedimento laparoscópico mostrou-se exequível, seguro e com mínima perda sanguínea, preservando a função fagocitária e a arquitetura esplênica, além de manter níveis hematológicos e imunológicos próximos ao normal, exceto por discreta redução plaquetária. Conclui-se que, embora a esplenectomia total continue sendo necessária em casos específicos, a conservação parcial do baço, especialmente por via laparoscópica, representa avanço técnico importante, reduzindo complicações metabólicas e imunológicas, além de favorecer melhor prognóstico e recuperação pós-operatória. Esses achados reforçam a relevância do baço como órgão imunológico e metabólico essencial, e destacam a necessidade de abordagens cirúrgicas conservadoras quando viáveis.
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